Taxas de CRIs e CRAs caem até 0,5 ponto após endurecimento de regras, indica estudo
Segundo o estudo, a queda no spread ocorreu logo após a aprovação da resolução do CMN, que alterou as regras relacionadas ao lastro elegível para emissões desses títulos e os prazos de vencimento

Um estudo da gestora de venture capital TM3/CTM revelou que o spread entre o retorno dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) em relação às taxas dos títulos de longo prazo do Tesouro Nacional (NTN-B) encolheu até meio ponto percentual após novas restrições impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A pesquisa baseou-se em mais de 230 CRAs e CRIs precificados pela Anbima e acompanhou a evolução das taxas indicativas desses papéis.

Segundo o estudo, a queda no spread ocorreu logo após a aprovação da resolução do CMN, que alterou as regras relacionadas ao lastro elegível para emissões desses títulos e os prazos de vencimento. Os spreads dos CRAs e CRIs indexados pelo IPCA caíram cerca de 35 e 30 pontos-base, respectivamente, logo após as mudanças. Até o final de março, o spread dos CRAs havia encolhido 53 pontos-base, enquanto o dos CRIs diminuiu 46 pontos-base.

Eliezer Taborda, analista de investimento da TM3/CTM, sugere que essa queda no spread pode ser decorrente da percepção de uma possível escassez futura desses títulos, devido às restrições para novas emissões impostas pela resolução. No entanto, para investidores que já detinham esses títulos isentos, a queda no spread teve um impacto positivo, já que os títulos se valorizaram no mercado devido à marcação a mercado. O estudo destacou que, no início de fevereiro, os CRAs registraram uma valorização média de 2,07%, enquanto os CRIs valorizaram 2,81%.

O estudo também analisou o impacto das novas regras do CMN sobre outros ativos bancários, como Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). O CMN mudou o limite de vencimento das LCAs de 90 dias para 9 meses, e das LCIs de 90 dias para 12 meses, para incentivar captações mais longas. Em fevereiro, o volume de novas LCAs e LCIs emitidas caiu significativamente, registrando uma redução de 55% e 64%, respectivamente, em comparação com o mês anterior.

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