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Vale divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024, apresentando uma forte geração de caixa e cortes estratégicos de investimentos, o que impulsionou suas ações. Apesar disso, a empresa ainda enfrenta desafios operacionais e financeiros, segundo análises de bancos como UBS, Citi, Goldman Sachs, Itaú BBA e BTG Pactual.
O Ebitda da companhia foi de US$ 4,1 bilhões, ficando 6% abaixo das expectativas do mercado, mas superando as projeções do UBS em 8%, devido ao controle de custos no minério de ferro e cobre. O Citi reforçou sua recomendação de compra das ações, enquanto o Goldman Sachs destacou a melhora na eficiência operacional.
A mineradora anunciou US$ 2 bilhões em dividendos, incluindo US$ 500 milhões extraordinários, com um yield anualizado de 10%, superando expectativas. Além disso, aprovou um novo programa de recompra de 120 milhões de ações, representando 3% do total em circulação. A medida foi bem recebida pelo mercado, sendo vista como um fator positivo para a valorização das ações.
A Vale também reduziu sua projeção de investimentos (capex) para 2025, de US$ 6,5 bilhões para US$ 5,9 bilhões, visando otimização de despesas e ganhos cambiais. Os bancos avaliam esse corte como positivo, mas alertam para possíveis impactos em projetos futuros.
No entanto, a empresa ainda enfrenta desafios na geração de fluxo de caixa, que ficou negativo em US$ 100 milhões, afetado por pagamentos relacionados a concessões ferroviárias, Brumadinho e Samarco. Além disso, a dívida líquida expandida subiu para US$ 16,5 bilhões, acima do limite de referência da empresa de US$ 15 bilhões.
No segmento de metais básicos, o cobre teve um Ebitda 40% maior, impulsionado por preços mais altos e redução de custos, enquanto o níquel continuou decepcionando, praticamente zerando seu Ebitda no trimestre.
As recomendações dos bancos variam: Citi e Goldman Sachs mantêm recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 12 e US$ 16, respectivamente, enquanto UBS e BTG Pactual adotam postura mais cautelosa, citando incertezas no mercado global de minério de ferro e a volatilidade da economia chinesa.
Embora a Vale apresente avanços operacionais e estratégicos, a mineradora ainda precisa consolidar uma maior consistência na geração de fluxo de caixa para garantir um crescimento sustentável no longo prazo.