Incertezas sobre o campo fiscal e possível desaceleração do ritmo de corte de juros no País pressionaram o desempenho do índice nos últimos dias

O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou abril com uma queda de 1,7% no acumulado mensal aos 125.924,19 pontos.

Incertezas sobre o campo fiscal e possível desaceleração do ritmo de corte de juros no País pressionaram o desempenho do índice nos últimos dias. Com isso, diversas ações do Ibovespa desabaram no período. Foi o caso dos papéis da CVC (CVCB3) que apresentaram uma desvalorização de 30,6%, de acordo com levantamento da Ágora Investimentos.

A derrocada do papel durante o mês de abril tem relação com a repercussão negativa dos resultados referente ao quarto trimestre. A empresa teve um recuo de 23,1% em relação ao prejuízo líquido reportado no mesmo período de 2022, mas ainda apresentou desafios operacionais em meio à lenta recuperação do setor de turismo no pós-pandemia. 

“Outro ponto importante é que a empresa é bastante sensível ao alto patamar da taxa de juros no Brasil, o que também influencia seu desempenho e a demanda por seus produtos e serviços”, afirma Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

As ações da Azul (AZUL4) aparecem, logo em seguida no ranking das maiores quedas do Ibovespa, com uma desvalorização de 25,23% em meio à repercussão sobre uma possível compra da Gol (GOLL4). Para Lima, a operação traz incertezas para os investidores sobre como seria a execução e os benefícios para a companhia com a fusão. “Com a volatilidade nos preços do petróleo e fortalecimento do dólar, principais custos das aéreas, as ações da Azul foram pressionadas no mês”, cita a Ágora Investimentos.

Abril também foi difícil para as ações do Grupo Soma (SOMA3). A varejista encerrou o mês com uma baixa acumulada mensal de 20,24%. Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, avalia a derrocada como exagerada pelo mercado, embora acredite que a empresa deve entregar resultados mais fracos no primeiro trimestre deste ano. “A gente tem uma expectativa de um crescimento de receita mais tímido, em torno do 5% para o primeiro trimestre. Agora, na nossa opinião, isso não justifica a queda de 20% das ações no mês de abril”, ressalta.

No entanto, o cenário econômico desafiador para as ações de setores cíclicos pode ter pressionado a percepção de risco do mercado. “A alta dos DIs refletiu o avanço dos juros dos treasuries, por conta da maior aposta do mercado pela manutenção de alta dos juros dos Estados Unidos, bem como as alterações na meta fiscal para 2025”, destacou a Ágora Investimento. O movimento também ajuda a explica as perdas dos papéis do Magazine Luiza (MGLU3) e da Locaweb (LWSA3) que encerraram abril com depreciações de 24,44% e 21,23%, respectivamente.


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