Economia

Presidente da Febraban alerta para urgência no ajuste fiscal e impactos no dólar e Selic

Presidente da Febraban destaca a urgência na aprovação do pacote fiscal e alerta para os impactos da deterioração fiscal no dólar, Selic e economia brasileira

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, rejeitou a ideia de que a recente alta do dólar seja resultado de um “ataque especulativo”. Segundo ele, o mercado está operando em um “terreno movediço de irracionalidade dos ativos financeiros”, marcado pela deterioração das expectativas fiscais e monetárias. “A forte deterioração levou os ativos para um patamar disfuncional e insustentável”, afirmou Sidney diretamente de Brasília, onde acompanha discussões cruciais sobre leis orçamentárias e fiscais.

Isaac destacou que a atual conjuntura — com dólar elevado, Selic nas alturas e inflação acima da meta — não é benéfica para nenhum dos atores envolvidos: governo, Congresso ou mercado. Ele defendeu que é essencial “furar a bolha do stress dos ativos” e pediu “racionalidade e serenidade” nas negociações.

A escalada de tensão foi agravada nesta terça-feira (17) por boatos que circularam em grupos de investidores no WhatsApp, atribuídos falsamente a Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central. A mensagem afirmava que o câmbio estaria desconectado do ajuste fiscal, adicionando mais volatilidade ao mercado.

Apesar de evitar apontar culpados diretamente, Isaac elogiou o governo pelo reconhecimento da gravidade do problema fiscal ao enviar o pacote fiscal ao Congresso e também destacou o papel do Legislativo na busca por soluções. Ele reforçou a importância de garantir que o pacote fiscal não seja desidratado durante as negociações.

Na tarde de terça, a Câmara dos Deputados aprovou mudanças na regulamentação da reforma tributária, revertendo reduções na carga tributária aprovadas pelo Senado, que poderiam impactar a alíquota do IVA. Sidney sugeriu que esse mesmo senso de responsabilidade deve ser aplicado à votação das leis orçamentárias e do ajuste fiscal, onde um cabo de guerra entre as emendas parlamentares e as metas fiscais ainda persiste.

Para ele, a aprovação do pacote fiscal, sem perdas significativas, é crucial para estabilizar o cenário. Caso o pacote seja enfraquecido, o ajuste fiscal poderá depender de cortes ainda mais profundos nas despesas públicas. “O mínimo a fazer agora é assegurar que o pacote não seja desidratado”, disse Sidney, defendendo até mesmo uma convocação extraordinária do Congresso, se necessário.

O presidente da Febraban reforçou seu alinhamento com a necessidade de um ajuste fiscal rigoroso e expressou confiança no “senso de urgência e responsabilidade fiscal” do governo e do Legislativo. Segundo ele, “a trajetória de crescimento da dívida pública precisa ser estancada, e isso é inadiável”.

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