A decisão do governo de elevar o IOF para aumentar a arrecadação gerou críticas de especialistas, que classificaram a medida como improvisada e tecnicamente frágil. Segundo o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, usar um tributo regulatório para fins fiscais demonstra despreparo. Já Sérgio Machado, da MAG Investimentos, alerta que a medida pode prejudicar setores como o de previdência privada, sem garantir efetiva arrecadação.
O pacote prevê arrecadar R$ 61 bilhões até 2026 com a alta do IOF sobre câmbio, previdência e crédito corporativo. No mesmo dia, o governo anunciou um congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos, mas ainda projeta déficit primário próximo de 0,25% do PIB. Para analistas, isso reflete a falta de um plano consistente de ajuste fiscal.
Ex-diretores do Banco Central apontam que o governo repete práticas de aumento de gasto sem controle, recorrendo a soluções pontuais para cumprir metas fiscais. Tony Volpon afirma que a estratégia se resume a “remendos”, enquanto Marcos Lisboa alerta para o risco de uma nova crise semelhante à de 2015.
Além do desgaste econômico, há impactos políticos. Analistas veem a escolha pelo IOF como sinal de fraqueza do governo no Congresso. Para o ex-secretário do Tesouro Jeferson Bittencourt, a medida revela que o Executivo já não consegue aprovar propostas relevantes no Legislativo.