A corretora de criptomoedas Bitget divulgou nesta terça-feira o Relatório de Pesquisa Antifraude 2025, desenvolvido em parceria com as empresas de segurança blockchain SlowMist e Elliptic. O estudo revelou que as perdas globais com golpes envolvendo criptoativos alcançaram US$ 4,6 bilhões em 2024, com destaque para o uso crescente de tecnologia deepfake e engenharia social como principais táticas utilizadas em roubos de alto valor.
A tecnologia deepfake, que permite a criação de vídeos e imagens sintéticas extremamente realistas utilizando rostos humanos, tornou-se uma ferramenta cada vez mais sofisticada nas mãos de criminosos digitais. A publicação marca o lançamento oficial do Mês Antifraude da Bitget, uma iniciativa de conscientização e educação sobre segurança no ecossistema de criptomoedas.
Gracy Chen, CEO da Bitget, alertou que a principal ameaça ao setor de criptomoedas atualmente não é mais a volatilidade dos preços, mas sim os golpes cada vez mais elaborados. Segundo ela, a inteligência artificial tornou os esquemas fraudulentos mais rápidos, baratos e difíceis de detectar, com o objetivo da empresa sendo ajudar os usuários a negociarem de forma mais inteligente e segura.
O relatório destaca como os golpes baseados em inteligência artificial evoluíram significativamente, superando os tradicionais e-mails de phishing para incluir chamadas falsas realizadas através de plataformas como Zoom, vídeos sintéticos apresentando figuras públicas e ofertas de emprego que funcionam como cavalos de Tróia para roubar informações e fundos.
O estudo identifica três categorias principais de golpes que dominaram o cenário em 2024. A primeira envolve personificação via deepfake, onde criminosos criam conteúdo audiovisual falso para enganar vítimas. A segunda categoria abrange esquemas de engenharia social, que exploram aspectos psicológicos para manipular usuários. A terceira categoria inclui projetos do tipo Ponzi, que se disfarçam como protocolos legítimos de finanças descentralizadas (DeFi) ou distribuições de certificados digitais não fungíveis (NFT).
O documento também examina detalhadamente como os fundos roubados são movimentados pelos criminosos. Os criptoativos ilícitos passam por pontes entre diferentes blockchains e ferramentas de ofuscação antes de chegarem a mixers ou exchanges, processo que dificulta significativamente a fiscalização e recuperação dos valores subtraídos.
O estudo analisou casos específicos de golpes ocorridos em Hong Kong e identificou o crescimento do uso do Telegram e das seções de comentários do X (antigo Twitter) como principais pontos de entrada para ataques de phishing. Lisa, Líder de Operações de Segurança da SlowMist, enfatizou que o relatório reflete padrões reais observados on-chain diariamente, recomendando que os usuários mantenham-se sempre informados, céticos e com foco na segurança.
Para combater essas ameaças, o relatório detalha as medidas de proteção implementadas pela Bitget através de seu Anti-Scam Hub, que inclui sistemas integrados de detecção e um Fundo de Proteção superior a US$ 500 milhões, recursos utilizados ativamente para reduzir riscos aos usuários da plataforma.
A SlowMist contribuiu com metodologias detalhadas sobre táticas de golpe, desde técnicas de envenenamento de endereços até cavalos de Tróia disfarçados em ofertas de emprego. A Elliptic, por sua vez, examinou os padrões de lavagem de criptoativos roubados através de pontes entre blockchains e plataformas mixers, fornecendo insights valiosos sobre como os criminosos movimentam os fundos ilícitos no ecossistema digital.