A inflação brasileira registrou desaceleração significativa em maio, com o índice mensal atingindo 0,26%, uma queda expressiva em relação aos 0,43% registrados em abril. O resultado ficou abaixo das projeções dos analistas, que esperavam uma taxa de 0,32% para o período, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
O principal fator responsável pela desaceleração foi o comportamento dos preços dos alimentos, que apresentaram alívio após meses de pressão inflacionária. O segmento saiu de uma alta de 0,82% em abril para apenas 0,17% em maio, contribuindo decisivamente para a melhora do indicador geral.
Entre os produtos que mais impactaram positivamente o resultado estão o tomate e o ovo, que vinham pressionando os preços nos últimos meses e finalmente registraram quedas de 13,52% e 3,98%, respectivamente. O arroz também apresentou recuo significativo de 4,00%, contribuindo para o arrefecimento da inflação alimentar.
No entanto, alguns itens ainda exerceram pressão altista sobre os preços. A batata-inglesa liderou as altas com 10,34%, seguida pela cebola com 10,28%. O café moído subiu 4,59% e as carnes registraram elevação de 0,97%.
Considerando o acumulado em 12 meses, a inflação atingiu 5,32%, apresentando desaceleração em relação aos 5,53% do mês anterior. Apesar da melhora, o índice permanece acima da meta oficial estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para o mercado financeiro, o resultado de maio reforça as expectativas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode interromper o ciclo de elevação da taxa Selic já na próxima reunião, programada para junho. Economistas avaliam que a inflação está começando a dar sinais consistentes de melhora mensal, reduzindo a necessidade de novos aumentos nos juros básicos da economia.
A análise prévia da inflação de maio já havia sinalizado essa tendência, levando especialistas a revisarem suas projeções sobre a política monetária. Com a confirmação dos dados oficiais, cresce a percepção de que o Banco Central tem margem para uma postura mais cautelosa nas próximas decisões sobre a Selic.