As vendas no varejo no Brasil recuaram menos do que o esperado em abril, mas interromperam uma série de três meses seguidos de ganhos em meio a um esperado processo de desaceleração econômica no país diante de condições monetárias restritivas.
Em abril, as vendas varejistas tiveram queda de 0,4% na comparação com o mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (12). O resultado marcou ainda a queda mais intensa nas vendas desde junho do ano passado (-0,9%). Pesquisa da Reuters com analistas do mercado apontavam recuo de 0,8%.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 4,8% nas vendas, contra expectativa de alta de 3,4%. “Está havendo uma desaceleração, após três meses de crescimento. Existe o efeito base, pois o patamar anterior foi recorde. É muito mais difícil subir”, avaliou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, lembrando que em março o varejo atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000.
Entre as oito atividades pesquisadas pelo IBGE sobre o varejo, tiveram retração nas vendas: combustíveis e lubrificantes (-1,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,3%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) e móveis e eletrodomésticos (-0,3%).
Os resultados positivos foram registrados por livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%).
(Reuters)