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Após alguns meses de aperto, BC pode frear alta da Selic nesta quarta

Apesar disso, há quem espere nova alta para 15%, devido à persistência de pressões inflacionárias, atividade econômica resiliente e expectativas de inflação ainda desancoradas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide nesta quarta-feira (18) se interrompe o ciclo de alta da taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano — o maior nível em quase duas décadas. Após seis aumentos consecutivos desde setembro passado, parte do mercado acredita que os sinais de desaceleração da inflação justificam uma pausa. A projeção para o IPCA de 2025 está em 5,3%, acima da meta, mas em trajetória de queda, segundo analistas.

Apesar disso, há quem espere nova alta para 15%, devido à persistência de pressões inflacionárias, atividade econômica resiliente e expectativas de inflação ainda desancoradas. O BC já indicou que manterá uma política monetária restritiva por tempo prolongado para conter a inflação, mirando metas que, desde 2025, seguem o modelo de meta contínua, com tolerância de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo do centro de 3%.

As taxas elevadas, no entanto, já impactam a economia. O crédito encareceu, o consumo e os investimentos desaceleraram, e a geração de empregos tende a ser afetada. Além disso, o custo da dívida pública aumentou, com R$ 928 bilhões em despesas com juros nos últimos 12 meses, o que pressiona ainda mais as contas do governo.

Por outro lado, os juros altos favorecem aplicações em renda fixa, como o Tesouro Direto, e reduzem a atratividade da Bolsa. A decisão do Copom, portanto, será acompanhada de perto por investidores, economistas e pelo setor produtivo, diante do equilíbrio delicado entre controle inflacionário e crescimento econômico.

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