Por Letícia Bogéa – Analista de Economia do Boletim Nacional)
Com a Selic em 15%, o investidor tem à frente um cenário de juros altos. Mas você sabia que mesmo com uma conjuntura desafiadora os retornos dos seus investimentos podem ser bem positivos?! Vou explicar.
A cada vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne e aumenta os juros, a economia fica mais pressionada (crédito encarece), mas também favorece os investidores mais conservadores, pois com os juros altos quem investe em renda fixa tem retornos elevados nesse cenário.
Exemplo: Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs estão pagando prêmios atrativos, superando com folga a inflação. Para quem quer retorno mais previsível, essa é a hora de alocar com força nesses ativos.
E A RENDA VARIÁVEL? ESQUEÇO NA ATUAL CONJUNTURA?
De jeito nenhum. Mesmo com os juros nas alturas, é justamente agora que muitas ações e fundos imobiliários (FIIs) estão sendo negociados com desconto. Empresas sólidas, com bons fundamentos e histórico de dividendos, seguem valiosas, só que mais baratas. E é aí que entra a oportunidade. Momentos desafiadores podem criar boas oportunidades.
Para quem investe com visão de longo prazo, esse é o momento de comprar bem (aproveitar a cota baixa) e colher quando o cenário virar. Em relação a fundos imobiliários, com cotações pressionadas, muitos estão oferecendo dividend yields acima de 10% ao ano, excelente para quem busca fluxo constante de renda.
Além disso, eles se beneficiam com a retomada da economia quando a Selic começar a cair.
O segredo está no equilíbrio: aproveitar os juros altos da renda fixa agora, sem ignorar as oportunidades da renda variável que podem render ainda mais no futuro.
Se você pensa só no curto prazo, nunca vai manter a constância. Quem age com pressa, “morre na praia”. Investir exige visão, cautela, estômago e racionalidade. O jogo é de longo prazo; só ganha quem sabe esperar.