O Banco Central autorizou um aumento de capital de R$ 1 bilhão no Banco Master, elevando seu capital social de R$ 2,761 bilhões para R$ 3,763 bilhões, conforme publicação no Diário Oficial da União. A medida atende parte das exigências feitas pelo Banco de Brasília (BRB) para concluir a aquisição de 50% do Master.
A operação é considerada peça-chave para a concretização do negócio, já que a injeção total de R$ 2 bilhões no Master foi uma das condições estabelecidas pelo BRB. Até o momento, metade desse valor já foi integralizada, e o BC ainda analisa um segundo aumento, também de até R$ 1 bilhão. Esse reforço poderá vir da venda de ativos do CEO do Master, Daniel Vorcaro, ao BTG Pactual.
Com o aumento, o patrimônio líquido do Banco Master deverá saltar de R$ 4,1 bilhões (segundo balanço de junho de 2023) para R$ 6,1 bilhões, reduzindo o risco para o BRB e fortalecendo a posição financeira da instituição.
Outro passo importante foi dado com a aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que concluiu que a transação não representa ameaça à concorrência. O aval do Cade ainda precisa aguardar o prazo regimental de 15 dias para se tornar definitivo, caso não haja questionamentos de terceiros ou do próprio tribunal.
A conclusão da aquisição ainda depende da análise final do Banco Central, que já recebeu a versão definitiva da proposta do BRB. O órgão regulador terá até 360 dias para dar o parecer sobre a operação.
Desde o anúncio do negócio, o BRB teve que revisar os termos da proposta diversas vezes para reduzir os riscos envolvidos. A versão final da oferta excluiu R$ 33 bilhões em ativos considerados de difícil liquidez ou com precificação complexa. Daniel Vorcaro, fundador do Master, também foi obrigado a tomar medidas drásticas para reforçar a saúde financeira do banco, incluindo a venda de R$ 1,5 bilhão em ativos ao BTG — entre eles participações em empresas como Light e Méliuz, além de créditos, imóveis e precatórios.
O objetivo dessa movimentação foi reforçar a liquidez do Master e viabilizar um pedido de empréstimo ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), permitindo ao banco honrar compromissos relacionados aos CDBs de sua operação e de subsidiárias por até dois anos. Segundo o Estadão, o passivo do Master gira em torno de R$ 10 bilhões, e o FGC se mostrou disposto a oferecer um empréstimo de até R$ 4 bilhões, embora o valor final ainda não tenha sido definido.
Apesar do avanço nas negociações e do reforço de capital, Daniel Vorcaro ainda precisará lidar com parte significativa das obrigações do Master, já que os R$ 33 bilhões em ativos excluídos da operação continuarão sob sua responsabilidade mesmo após a conclusão do negócio com o BRB.