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Sinais de queda na inflação ainda são insuficientes para corte da Selic, avalia Daycoval

O economista-chefe do Daycoval afirma que a inflação segue em trajetória de queda e projeta IPCA de 5,1% em 2025

A inflação brasileira dá sinais de desaceleração, segundo o economista-chefe do Daycoval, Rafael Cardoso. O IPCA de junho subiu 0,24%, próximo da projeção do banco (0,23%), com destaque para a deflação em alimentos, especialmente carnes, e efeitos esperados em combustíveis e energia elétrica. Apesar de leve pressão em serviços e algum impacto cambial nos preços industriais, os resultados estão dentro do previsto.

Cardoso reforça que a tendência de inflexão da inflação continua, apesar da sazonalidade que reduz o índice em junho. A projeção do Daycoval para o IPCA de 2025 segue em 5,1%. Ele avalia que a dinâmica inflacionária será dividida em dois momentos: o primeiro semestre mais aquecido e o segundo com sinais de arrefecimento, impulsionados por um câmbio mais valorizado e menor atividade econômica.

Mesmo com a inflação ainda elevada, o economista aposta na continuidade da desaceleração, mas afirma que o dado de junho ainda não é suficiente para garantir uma mudança de postura imediata do Banco Central. Segundo ele, a desinflação está em curso, mas o BC precisa de mais evidências consistentes nos próximos meses.

Cardoso destaca que o principal fator a ser observado agora são as expectativas de inflação. Sem avanços na área fiscal, essas expectativas devem continuar ancoradas nos dados correntes e na percepção de atividade. Por isso, o Daycoval projeta o início do corte da Selic apenas no primeiro trimestre de 2026.

 

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