A Casa Branca intensificou as críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nessa quinta-feira (10), acusando-o de má gestão financeira e de autorizar gastos excessivos na reforma da sede do Fed. O diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, Russel Vought, afirmou que Powell ignorou o déficit da instituição para tocar um projeto de US$ 2,5 bilhões, cerca de US$ 700 milhões acima do valor inicial.
Segundo Vought, a reforma inclui itens considerados luxuosos, como terraços ajardinados, fontes e mármore de alto padrão. Ele publicou uma carta aberta exigindo explicações e listando 11 questionamentos a serem respondidos em até sete dias úteis.
A crítica ocorre em meio a pressões políticas do governo Trump, que já vinha cobrando cortes de juros. A taxa básica está entre 4,25% e 4,50% desde dezembro, com expectativa de cortes apenas a partir de setembro. Trump chegou a dizer que Powell deveria renunciar se prestou informações enganosas ao Congresso.
O Fed, que opera com déficit desde 2023, atribui o desequilíbrio aos altos juros pagos aos bancos. A reforma, segundo o Fed de Chicago, é necessária devido à idade dos edifícios. Powell admitiu o estouro no orçamento, mas negou luxo no projeto.
Embora a lei garanta ampla autonomia ao Fed sobre suas instalações, a ofensiva da Casa Branca levanta dúvidas sobre uma possível tentativa de justificar a remoção de Powell antes do fim de seu mandato, previsto para 2026.
