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Exportações para os EUA encolhem 50% desde 2001

A queda na participação dos EUA se reflete também nas importações: em 2001, 22,7% das compras externas brasileiras vinham dos americanos; hoje, esse número é de 15,5%

Entre 2001 e 2024, os Estados Unidos perderam metade da participação nas exportações brasileiras, caindo de 24,4% para 12,2%, segundo dados do Icomex/FGV. No mesmo período, a China ampliou significativamente sua presença, saltando de 3,3% para 28% das vendas externas do Brasil, tornando-se o principal destino das exportações nacionais.

A queda na participação dos EUA se reflete também nas importações: em 2001, 22,7% das compras externas brasileiras vinham dos americanos; hoje, esse número é de 15,5%. Em contrapartida, a China passou de 2,3% para 24,2% nas importações brasileiras. União Europeia e América do Sul também perderam espaço no comércio exterior do Brasil.

Apesar da queda, os EUA ainda recebem uma pauta exportadora diversificada do Brasil, com destaque para petróleo, aço, aeronaves, café e celulose. Muitos desses produtos podem ser diretamente afetados pela nova taxação de até 50% anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, com início previsto para 1º de agosto.

A medida, segundo a FGV, tem motivações políticas e pode limitar a capacidade de negociação do governo brasileiro. Trump mencionou o processo no STF contra Jair Bolsonaro e decisões sobre big techs como justificativa, além de um suposto déficit comercial — que, na verdade, é favorável aos EUA desde 2009.

A FGV aponta que redirecionar exportações para outros mercados em curto prazo é difícil, principalmente no caso de produtos industrializados e fabricados por multinacionais americanas no Brasil. A concorrência global, especialmente com a China, também limita as alternativas comerciais.

O governo brasileiro tenta reverter a decisão com negociações e sinaliza com a Lei da Reciprocidade Econômica. O STF também reagiu, afirmando que não há perseguição política no país. A expectativa é de que Trump recue, como já fez em episódios anteriores, e que empresas americanas afetadas pressionem contra a medida.

 

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