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Banco do Brasil deve manter resultados fracos no 2º trimestre, aponta InvestSmart XP

Banco do Brasil deve registrar novo recuo no lucro do 2º trimestre, com provisões elevadas do agronegócio

A temporada de balanços do segundo trimestre entra na reta final de julho com forte atenção para o setor financeiro. O grande destaque é o Banco do Brasil, que no primeiro trimestre decepcionou o mercado ao reportar queda de 21% no lucro líquido anual, levando a forte correção das ações.

Segundo Mônica Araújo, economista-chefe da InvestSmart XP, a expectativa é de que o segundo trimestre mantenha o desempenho negativo e aprofunde a queda. “A projeção é de retração de cerca de 40% no lucro em relação ao mesmo período de 2024, impactada principalmente pelo aumento das provisões para devedores duvidosos ligadas ao crédito do agronegócio, cuja inadimplência segue elevada”, explica.

Esse cenário tem pressionado a distribuição de dividendos e acendido alerta para investidores quanto à trajetória da rentabilidade do banco. A nova legislação contábil, que entrou em vigor neste ano, também contribui para a falta de previsões claras por parte da gestão sobre o desempenho anual. A expectativa do mercado é que o retorno sobre patrimônio (ROE) só volte a superar 20% em 2027, conforme as carteiras de crédito sejam depuradas e a inadimplência do agro caia.

Desde a divulgação do fraco resultado do primeiro trimestre, em maio, as ações do Banco do Brasil acumulam queda próxima de 32% e são negociadas com desconto de quase 40% em relação a outras instituições financeiras e ao seu histórico. Para Mônica Araújo, isso exige cautela, mas também abre espaço para reações rápidas caso o banco antecipe sinais de recuperação.

“Nos preços atuais, qualquer mudança relevante no quadro de rentabilidade ou redução mais acelerada da inadimplência pode provocar uma reprecificação expressiva das ações”, avalia a economista.

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