O Bradesco surpreendeu o mercado ao registrar lucro recorrente de R$ 6,1 bilhões no segundo trimestre de 2025, resultado 29% superior ao do mesmo período do ano passado e acima da expectativa de R$ 5,9 bilhões projetada pelo consenso da Bloomberg. O desempenho, divulgado nesta quarta-feira (30), marca uma virada para o banco, que vinha enfrentando meses de rentabilidade pressionada e índices de inadimplência em deterioração.
Apesar do avanço, a rentabilidade do Bradesco ainda não alcançou o patamar de seus concorrentes. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) subiu para 14,6% — alta de 3,2 pontos percentuais em um ano e 0,2 ponto em relação ao trimestre anterior —, mas segue atrás do Santander Brasil, que reportou ROE de 16,4% e lucro de R$ 3,6 bilhões no mesmo período.
Sob a gestão do CEO Marcelo Noronha, a estratégia do Bradesco tem sido adotar um crescimento mais cauteloso do crédito, priorizando a melhora na qualidade da carteira e o reforço dos indicadores de solvência. O executivo tem reforçado que a recuperação será feita “passo a passo”, com foco em eficiência e disciplina na concessão de empréstimos.
O resultado sinaliza que o banco começa a colher frutos desse reposicionamento. A melhora nos ativos e o controle da inadimplência são vistos por analistas como sinais de estabilização após uma fase de ajustes, embora o desafio de equiparar a rentabilidade aos rivais ainda permaneça.
