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BTG corta projeções para lucro do Banco do Brasil e prevê trimestre mais fraco

De acordo com os analistas, o lucro líquido projetado para o trimestre caiu 23%, para R$ 5 bilhões

O BTG Pactual reduziu de forma significativa as estimativas para os resultados do Banco do Brasil no segundo trimestre, previsto para 14 de agosto. A revisão, divulgada em relatório nesta sexta-feira (1º), reflete o impacto da crise no agronegócio, que vem pressionando a carteira de crédito do banco e elevando o número de recuperações judiciais no setor.

De acordo com os analistas, o lucro líquido projetado para o trimestre caiu 23%, para R$ 5 bilhões, com retorno sobre patrimônio (ROE) estimado em 11,1%. As previsões para 2025 também foram cortadas em 20%, passando para R$ 23,5 bilhões e ROE de 12,5%. Para 2026, a expectativa é de lucro de R$ 28,2 bilhões, 10% abaixo do consenso do mercado.

O relatório aponta ainda que o BB deve revisar seu guidance de lucro líquido ajustado para algo entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões e reduzir o payout — percentual do lucro distribuído aos acionistas — de 40% para cerca de 30%. Essa mudança deve impactar o dividend yield esperado para 2025, agora estimado em 5,6%, abaixo do nível de concorrentes como o Itaú.

Os analistas destacam que, apesar do múltiplo preço/valor patrimonial (P/BV) parecer atraente em 0,63x, a combinação de lucros menores, ajustes regulatórios e cenário adverso do agro limita o potencial de valorização das ações BBAS3. A recomendação para os papéis segue neutra, com preço-alvo reduzido de R$ 30 para R$ 24.

Entre os fatores que agravaram a situação estão o forte crescimento da carteira agro do BB entre 2020 e 2023 — com taxa anual composta de 20% — e o aumento do endividamento dos produtores, somados à queda nos preços e aos impactos climáticos. Mudanças contábeis recentes, como as novas exigências de provisionamento previstas na Resolução 4.966, também contribuíram para o cenário desafiador.

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