A petroleira britânica BP anunciou nesta segunda-feira (4) sua maior descoberta de petróleo e gás em um quarto de século, localizada na Bacia de Santos, no litoral brasileiro, dentro da área do pré-sal. O achado ocorre em águas profundas, região conhecida por abrigar um dos maiores reservatórios de hidrocarbonetos do mundo e considerada estratégica para o aumento da produção global da companhia.
O anúncio reforça a guinada recente da BP de volta ao foco nos combustíveis fósseis, movimento iniciado no ano passado após tentativas frustradas de transição para energias renováveis que provocaram queda na confiança de investidores e fraco desempenho das ações. Com a nova descoberta, a empresa planeja consolidar um grande polo de produção offshore no Brasil, apostando no pré-sal como parte central de sua estratégia de expansão para atingir a meta de produzir entre 2,3 milhões e 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia até 2030. Em 2024, a companhia já havia produzido 2,4 milhões de barris por dia, mas projeta uma redução para este ano.
As ações da BP, negociadas na Bolsa de Londres, reagiram positivamente ao anúncio e registraram alta de 1,4% nas primeiras negociações do dia. Este é o décimo achado de petróleo e gás feito pela companhia em 2025, somando-se a descobertas anteriores no Egito, Trinidad e outros blocos brasileiros.
A descoberta foi realizada no bloco Bumerangue, adquirido pela BP em dezembro de 2022 em condições consideradas “muito boas comercialmente” pela companhia. A empresa detém 100% de participação no bloco e atua como operadora no contrato de partilha de produção. De acordo com análises iniciais, a perfuração revelou presença de petróleo associado a níveis elevados de dióxido de carbono. Amostras coletadas serão enviadas para análises laboratoriais que definirão o potencial econômico e a viabilidade de exploração do bloco.
O anúncio ocorre um dia antes da divulgação dos resultados financeiros da BP referentes ao segundo trimestre, marcada para esta terça-feira (5), e reforça as expectativas do mercado sobre o reposicionamento da companhia no setor de óleo e gás, em um momento de disputa global por novos recursos energéticos.
