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Sebrae prepara pacote de socorro a micro e pequenas empresas afetadas por tarifaço

Instituição calcula que 3,6 mil empreendedores de pequeno porte exportam para os Estados Unidos

Diante do início da cobrança da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que passa a valer nesta quarta-feira (6), o Sebrae articulou com a equipe econômica do governo um conjunto de medidas emergenciais para amparar micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEIs) diretamente afetados pela taxação. O pacote inclui linhas de crédito com juros subsidiados, garantias para empréstimos e até repasses a fundo perdido, segundo anunciou o presidente do Sebrae, Décio Lima.

O plano prevê mobilizar o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), administrado pela entidade, que conta com cerca de R$ 2 bilhões em recursos. Esse montante pode viabilizar até R$ 30 bilhões em crédito para negócios impactados pela sobretaxa. A estratégia será reforçada com o uso do Fundo de Garantia de Operações (FGO), do Banco do Brasil, ambos já utilizados durante a pandemia para socorrer empresas em dificuldade.

Segundo Lima, a prioridade é evitar o colapso de cadeias produtivas inteiras diante do tarifaço. “Estamos preparados para enfrentar qualquer adversidade. O objetivo é impedir que essa tarifa provoque a falência de setores estratégicos do país”, disse. Ele enfatizou que o Sebrae não fará busca ativa por empreendedores, cabendo aos interessados procurar a instituição para solicitar apoio.

Além do crédito, a entidade articula com a ApexBrasil — responsável pela promoção de exportações — ações para ampliar o acesso a novos mercados, diluindo a dependência de empresas brasileiras em relação ao mercado norte-americano. Estima-se que cerca de 3,6 mil micro e pequenas empresas exportem para os Estados Unidos, com destaque para os segmentos de mel, pescados, frutas, calçados e têxteis, todos diretamente atingidos pela nova tarifa.

O Sebrae atende empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões e MEIs com limite de R$ 81 mil por ano, público considerado especialmente vulnerável a choques externos como o atual. O pacote de medidas busca dar fôlego a esse contingente enquanto governo e diplomacia trabalham para negociar exceções ou reverter a taxação imposta pelo governo de Donald Trump.

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