A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta terça-feira (19) o projeto de lei que autoriza o Banco de Brasília (BRB) a adquirir uma participação no Banco Master, em uma operação estimada em R$ 2 bilhões. A proposta, encaminhada pelo governo local, foi aprovada em primeiro turno por 15 votos a 7 e deve voltar ao plenário para votação em segundo turno ainda hoje.
O negócio vinha sendo discutido desde março, quando o BRB oficializou a intenção de compra. No entanto, somente no dia 14 de agosto o governo do Distrito Federal enviou o projeto à CLDF, após determinação da Justiça, que condicionou a continuidade da operação à autorização legislativa.
A exigência judicial ocorreu após ação do Ministério Público, que questionou a ausência de aval dos deputados e dos acionistas do banco estatal.
Apesar da aprovação em plenário, a proposta foi alvo de críticas técnicas. A Consultoria Legislativa da CLDF já havia considerado o projeto inadequado por não apresentar dados sobre a viabilidade financeira da compra, recomendando que a análise fosse adiada até que houvesse mais informações. Mesmo assim, a votação avançou.
Poucas horas antes da apreciação em plenário, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, reuniu-se a portas fechadas com parlamentares para defender a operação.
De acordo com o deputado Gabriel Magno (PT), durante a reunião o executivo revelou que os chamados “ativos podres” do Banco Master mais que dobraram nos últimos meses, saltando de R$ 23 bilhões em março para R$ 50 bilhões agora. A informação aumentou a preocupação entre críticos do negócio, que veem risco elevado para o banco estatal caso a transação seja confirmada.
O processo ainda precisa do aval do Banco Central e continua sendo acompanhado de perto pelo mercado financeiro e pelo Ministério Público, em razão do crescimento acelerado e das operações atípicas do Banco Master, que nos últimos anos multiplicou patrimônio e expandiu sua carteira de crédito de forma agressiva.
