A Reag Investimentos comunicou no domingo (8) uma reestruturação societária e mudanças em sua governança, em meio a um período de forte turbulência. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou que os acionistas controladores — Reag Asset Management Ltda. e Reag Alpha Fundo de Investimento Financeiro em Ações — venderam 87,38% do capital social para a Arandu Partners Holding S/A, entidade formada pelos principais executivos da própria gestora.
O valor da transação foi estimado em R$ 100 milhões, acrescido de uma parcela contingente atrelada à receita operacional líquida pelos próximos cinco anos. A operação ainda depende do cumprimento de condições precedentes e da realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) para os acionistas minoritários, conforme previsto na Lei das S/A, nas regras do Novo Mercado da B3 e no estatuto social da companhia.
O anúncio veio acompanhado de uma série de renúncias. De acordo com outro fato relevante, João Carlos Falbo Mansur deixou a presidência do conselho de administração, Altair Tadeu Rossato renunciou ao cargo de conselheiro independente e ao comitê de auditoria, enquanto Fabiana Franco deixou a diretoria financeira. Pelos termos do estatuto, os substitutos deverão ser nomeados pelos conselheiros remanescentes para completar os mandatos.
Nos últimos meses, a Reag já havia enfrentado uma renúncia em bloco do conselho consultivo, além da negação de tratativas com a Galapagos Capital. A empresa também foi alvo da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, e tem atualmente seu rating doméstico em observação negativa pela Fitch.
Em comunicado, a companhia afirmou que manterá o mercado informado sobre os próximos desdobramentos da operação, “em estrita observância à legislação e regulamentação aplicáveis”.