O Federal Reserve cortou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano. Segundo o presidente do Fed, Jerome Powell, “não houve apoio generalizado” para um corte mais agressivo de 0,50 p.p., como defendido por Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump. A decisão reforça a cautela da autoridade monetária em um cenário de desaceleração econômica.
Em entrevista coletiva, Powell destacou que o banco central evita movimentos bruscos a menos que perceba um descompasso claro na política monetária. Ele afirmou que o Fed segue “fortemente comprometido” com sua independência e adota postura de avaliar os próximos passos “reunião a reunião”. As projeções apontam juros em 3,6% no fim de 2025, com mais duas reduções previstas ainda neste ano, mas Powell ressaltou que não há um “caminho predefinido”.
O presidente também observou que os riscos de inflação persistente diminuíram desde abril, em parte devido ao enfraquecimento do mercado de trabalho e à desaceleração do PIB. Embora as tarifas comerciais estejam pressionando os preços, Powell avaliou que o impacto deve ser limitado e absorvido pelas empresas.
Sobre o emprego, ele destacou que a atual perda de fôlego é “incomum” e relacionada principalmente à imigração, e não às tarifas. Para Powell, a mudança no mercado de trabalho alterou o equilíbrio da economia, favorecendo um ciclo de cortes graduais, mas sem comprometer o combate à inflação.
