A Cosan (CSAN3) anunciou neste domingo (21) que receberá um aporte de R$ 10 bilhões do BTG Pactual (BPAC11) e da gestora Perfin, em um movimento que promete aliviar o alto endividamento da companhia e reforçar sua estrutura de capital. O grupo, dono da Raízen (RAIZ4), da Rumo Logística (RAIL3) e da empresa de gás Compass, encerrou 2024 com dívidas de R$ 23,5 bilhões e prejuízo líquido de R$ 9,4 bilhões, diante de uma receita de R$ 44 bilhões.
Segundo comunicado da empresa, o objetivo da operação é desalavancar o balanço, aprimorar a governança e otimizar custos, preparando o terreno para a retomada do crescimento. Os novos sócios ingressam por meio de uma oferta primária de ações, reforçando o caixa exclusivamente para renegociação e pagamento de dívidas.
Com a transação, o controlador Rubens Ometto mantém 50,01% das ações ordinárias e segue na presidência do conselho. BTG e Perfin assumem uma participação combinada de 49,99%, e juntos com os family offices Aguassanta e Queluz passam a deter 55% do capital social da companhia.
Ometto afirmou que o acordo representa a capacidade da Cosan de se adaptar e preservar sua longevidade. “A Cosan tem um histórico de parcerias bem-sucedidas, que foram fundamentais para o seu crescimento ao longo do tempo”, destacou em nota.
Já o CEO Marcelo Martins disse que a capitalização permitirá combinar a redução do endividamento com a retomada da expansão: “Ter o BTG e a Perfin como sócios me dá grande satisfação e segurança de que estaremos bem-posicionados para investir no desenvolvimento do país.”
Pelo acordo, os controladores, os family offices da família Ometto e os veículos de investimento do BTG e da Perfin injetarão R$ 7,25 bilhões, ao preço de R$ 5 por ação. Haverá ainda uma segunda oferta, de R$ 1,8 bilhão, cujo valor por ação será definido em 30 de outubro. Nesta etapa, os acionistas que aderirem ao aumento de capital terão de manter metade dos papéis comprados em carteira por pelo menos dois anos.