A WEG registrou lucro líquido de 1,65 bilhão de reais no terceiro trimestre de 2025, crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 3,7% sobre o segundo trimestre, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (22). A margem líquida ficou em 16,1%, ligeiramente acima dos 16% registrados há um ano.
A receita operacional líquida somou 10,3 bilhões de reais, um avanço de 4,2% na comparação anual, impulsionada pelo desempenho do mercado externo, cuja receita subiu 4,9%. No mercado interno, o crescimento foi de 3,1%. Em dólares, as exportações atingiram 1,15 bilhão, alta de 6,8%.
O Ebitda totalizou 2,28 bilhões de reais, 2,3% acima do mesmo período de 2024, com margem de 22,2%, leve redução de 0,4 ponto percentual. O retorno sobre o capital investido (ROIC) recuou 4,7 pontos, para 32,4%.
Na área de geração, transmissão e distribuição de energia, o desempenho doméstico foi limitado pela escassez de novos projetos eólicos e pela redução da geração solar. Ainda assim, as entregas de transformadores e subestações sustentaram a receita do segmento.
O diretor financeiro da companhia, André Rodrigues, afirmou que o primeiro semestre foi marcado por um ritmo mais forte de expansão, embora com margens pressionadas por custos de insumos e ajustes no mix de produtos. No segundo semestre, a expectativa é de crescimento mais moderado e recomposição gradual de margens.
Segundo Rodrigues, a desaceleração observada no trimestre reflete um cenário global de menor dinamismo industrial e acomodação em algumas frentes de geração de energia. Ele destacou ainda que parte da variação resulta da consolidação da aquisição da Maraton, concluída em 2023, e do fim do ciclo de entrega de grandes projetos solares que haviam impulsionado os resultados no fim do ano passado.
O segmento de equipamentos eletroeletrônicos industriais foi o destaque do trimestre, com alta de 13,3% no mercado interno e de 7,1% no externo, sustentado por motores industriais e equipamentos destinados aos setores de óleo e gás e mineração. Os negócios de motores comerciais e appliances também cresceram, impulsionados pela demanda de fabricantes de ar-condicionado e compressores. O segmento de tintas e vernizes teve expansão de dois dígitos, puxado pelas operações em óleo e gás e pelo desempenho no México.
Rodrigues afirmou que, mesmo com margens menores em alguns produtos, como os ligados a fazendas solares, a estratégia contribuiu para aumentar o lucro líquido e reforçar o retorno aos acionistas. A melhora do Ebitda, segundo ele, reflete o início da recomposição das margens operacionais.
Durante o trimestre, a WEG investiu cerca de 673 milhões de reais, sendo pouco mais da metade no Brasil, voltados à modernização das fábricas de Jaraguá do Sul, Betim e Gravataí. O restante foi destinado ao exterior, com destaque para a nova planta de transformadores no México e à ampliação de capacidade nos Estados Unidos e na China.
Entre os destaques recentes, a companhia anunciou um novo plano de investimentos de 1,1 bilhão de reais para ampliar a produção em Santa Catarina e confirmou a compra do controle da Tupinambá Energia, reforçando sua atuação no setor de mobilidade elétrica.