A Vale registrou no terceiro trimestre de 2025 o maior volume de produção de minério de ferro desde 2018, alcançando 94,4 milhões de toneladas. O desempenho, considerado robusto por analistas do mercado, reforça a trajetória de recuperação da companhia após anos de restrições operacionais desde o rompimento da barragem de Brumadinho.
O crescimento foi sustentado pela produção recorde no complexo de Carajás (S11D) e pela expansão contínua dos projetos de Vargem Grande e Capanema. Os embarques acompanharam o ritmo e somaram 86 milhões de toneladas no período. A combinação de volumes elevados e preços mais favoráveis consolidou o trimestre como um dos mais fortes dos últimos anos para a mineradora.
Os preços realizados do minério subiram 11% em relação ao trimestre anterior, chegando a US$ 94,40 por tonelada. O avanço foi atribuído, segundo relatórios de BB Investimentos, BTG Pactual, XP e Bradesco BBI, à nova estratégia comercial da companhia e à otimização do portfólio de produtos, fatores que ampliaram a rentabilidade operacional.
A produção de metais básicos também apresentou bons resultados. O cobre atingiu cerca de 90 mil toneladas, enquanto o níquel somou 42,9 mil toneladas, ambos superando as expectativas de mercado.
Com a força dos números operacionais, as casas de análise projetam revisões positivas nas estimativas financeiras. O Bank of America (BofA) estima que o Ebitda pode alcançar US$ 4,39 bilhões, acima da previsão inicial de US$ 4,24 bilhões. A XP elevou sua projeção para cerca de US$ 4,4 bilhões, representando alta de 4%. O Bradesco BBI calculou um Ebitda de US$ 4,2 bilhões, 24% superior ao trimestre anterior, enquanto o Citi prevê um aumento de 3% nas estimativas de consenso para o ano.
Os analistas apontam que a mineradora está bem posicionada para atingir o topo de sua meta de produção em 2025. Mesmo assim, as recomendações sobre as ações permanecem divididas. BofA, BB Investimentos, Bradesco BBI, Citi e Jefferies mantiveram a recomendação de compra, com o último elevando o preço-alvo. Já BTG Pactual e XP mantiveram posição neutra, destacando a baixa visibilidade da curva de preços do minério e o potencial limitado de valorização no curto prazo.