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Crédito e agro afetam resultado do Banco do Brasil, aponta XP

Resultado do BB decepciona novamente e XP vê deterioração na carteira Agro e NPL em alta

O Banco do Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2025 com mais um resultado considerado fraco pela XP, apesar de o lucro líquido ajustado de 3,8 bilhões de reais ter superado em 6% as estimativas da casa. Para os analistas Bruno Guttmann e Matheus Guimarães, o desempenho segue pressionado principalmente pelo aumento das despesas com risco de crédito, que alcançaram 17,9 bilhões de reais no período. Segundo eles, a deterioração dos ativos foi disseminada entre os segmentos de varejo, empresas e, sobretudo, o agronegócio.

A XP destaca que quase metade da elevação das provisões do trimestre foi originada na carteira Agro. Dentro dela, a Carteira com Rolagem voltou a crescer e atingiu 67 bilhões de reais, novo recorde relativo e absoluto, representando 18,5% do segmento. Para os analistas, o avanço contínuo dessa linha, associado à alta do indicador de inadimplência acima de 90 dias, reforça a expectativa de que a pressão sobre os resultados deve persistir.

No crédito total, a Carteira de Crédito Expandida somou 1,28 trilhão de reais no trimestre. Embora tenha desacelerado 1,2% em relação ao segundo trimestre, acumulou alta de 7,5% em doze meses. A XP avalia como positiva essa desaceleração, já que o crescimento acelerado observado anteriormente ocorria em meio ao agravamento da qualidade dos ativos.

O relatório também aponta para a revisão das projeções do banco. A instituição reduziu as expectativas de lucro para 2025, passando da faixa de 21 bilhões a 25 bilhões de reais para entre 18 bilhões e 21 bilhões de reais. Para a XP, a nova estimativa é alcançável, considerando que o BB acumulou 14,9 bilhões de reais em nove meses. Isso implica lucro entre 3,1 bilhões e 6,1 bilhões de reais no quarto trimestre, valor tratado como factível pelos analistas.

Apesar de reconhecer que as ações BBAS3 negociam a múltiplos considerados atrativos em termos de preço sobre valor patrimonial, a XP mantém recomendação neutra para o papel, citando recuperação lenta dos resultados, retorno sobre patrimônio ainda reduzido e dividend yield modesto.

Na sessão desta quinta-feira, os papéis do banco operaram em queda. Por volta das 13h10, BBAS3 recuava 1,18%, negociado a 22,53 reais.

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