O Grupo Mateus registrou lucro líquido de R$ 850,5 milhões no terceiro trimestre de 2025, avanço de 152,5% na comparação anual. Parte desse resultado reflete a reversão de provisões relacionadas a discussões judiciais, o que reduziu o impacto de imposto de renda e contribuição social no período. As análises de mercado apontaram que o desempenho foi influenciado por fatores extraordinários, o que dificultou uma leitura homogênea do trimestre.
Para a XP Investimentos, o balanço apresentou números ajustados dentro do esperado, mas com efeitos pontuais que tornaram o trimestre pouco claro. O Itaú BBA fez avaliação semelhante, destacando que a incorporação das operações da Novo Atacarejo e a magnitude dos ajustes contábeis, especialmente na linha de estoques, limitaram conclusões mais precisas e levaram parte dos investidores a revisar estimativas no curto prazo. O Santander também observou que as alterações contábeis pressionaram margens e reforçaram a desaceleração das vendas mesmas lojas.
As vendas brutas cresceram 10% no trimestre, com desempenho sustentado pelos segmentos de atacarejo e atacado, apoiados na abertura de 17 lojas nos últimos doze meses. O indicador de vendas mesmas lojas desacelerou para 3,4%, após registrar 6,1% no trimestre anterior. A XP destacou que o comportamento mais fraco ocorreu em todos os formatos, com retração no eletro, queda no atacarejo e recuo no varejo, além do impacto negativo do eletro na composição total. A companhia também apresentou um ciclo de caixa mais favorável em bases comparáveis, impulsionado por melhorias na gestão de estoques, movimento que não foi alterado pelos ajustes contábeis.
A XP avaliou ainda que a operação do Novo Atacarejo manteve rentabilidade acima de redes concorrentes no trimestre, com margem e ciclo financeiro próximos ao desempenho do Assaí. A empresa informou que deixará de provisionar impostos sobre subvenções de ICMS em razão de decisões judiciais favoráveis. Mesmo com a volatilidade resultante das revisões contábeis, a XP reiterou recomendação de compra para as ações GMAT, ao considerar que há espaço para ganhos operacionais e expansão da companhia.
No consolidado, a participação do Novo Atacarejo representou 14% da receita, com vendas mesmas lojas mais fracas, mas com ciclo de caixa considerado adequado pelas avaliações de mercado.
