A agenda econômica da semana de 24 a 28 de novembro de 2025

A semana começa com o mercado financeiro brasileiro direcionando a atenção a uma série de indicadores relevantes que serão apresentados nos próximos dias. Em meio a um cenário político que permanece sensível após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, investidores avaliam o possível reflexo desse episódio sobre a precificação dos ativos, enquanto se preparam para interpretar um conjunto amplo de dados econômicos. As estatísticas do Banco Central referentes ao setor externo, crédito e resultado fiscal de outubro compõem parte central das divulgações previstas, oferecendo insumos adicionais sobre o comportamento da economia no último trimestre do ano.

Além desses números, a agenda doméstica inclui a publicação do IPCA-15 de novembro, indicador que serve como prévia da inflação oficial do mês, e também a divulgação do IGP-M, acompanhado de perto por seu impacto sobre reajustes contratuais. O mercado de trabalho também terá novas referências, com os resultados do Caged referentes ao desempenho de outubro e a taxa de desemprego medida trimestralmente. Esses dados tendem a influenciar expectativas para atividade, consumo e evolução dos preços nas próximas leituras.

A programação da semana ainda prevê participação pública do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que falará em evento transmitido pela Itaú Asset Management. A presença do dirigente é observada pelos agentes de mercado como oportunidade de captar possíveis sinais sobre a visão da autoridade monetária a respeito de inflação, crédito e política econômica. Em paralelo, permanecem no radar eventuais movimentações do governo e dos tribunais após os acontecimentos que marcaram o cenário político nos últimos dias, e que ainda podem afetar humor e liquidez no curto prazo.

No exterior, os Estados Unidos buscam retomar a normalidade na divulgação de estatísticas após a paralisação do governo, o que deslocou a publicação de parte dos indicadores. Entre os dados esperados, estão os números do índice de preços ao produtor e das vendas no varejo de setembro, somados ao relatório de confiança do consumidor e ao Livro Bege do Federal Reserve, documento que resume as condições econômicas nas regiões monitoradas pelo banco central norte-americano. Os investidores acompanham essas informações com atenção por seu peso nas projeções para juros e atividade nos próximos meses.

Já na Ásia, o Japão deve divulgar ao longo da semana indicadores referentes à inflação, emprego e indústria, em um momento em que cresce a expectativa de uma possível elevação dos juros na reunião do Banco do Japão marcada para dezembro. As avaliações sobre uma eventual mudança na postura da autoridade monetária japonesa vêm ganhando força à medida que os dados de preços mostram avanços persistentes, o que adiciona relevância às leituras que serão publicadas agora.

A combinação dos indicadores domésticos e internacionais faz desta semana um período de forte monitoramento pelos agentes financeiros, que buscam ajustar projeções macroeconômicas e compreender como a interação entre fatores econômicos e políticos pode influenciar a dinâmica dos mercados até o fim do ano.