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Mercado vê troca no controle da Braskem como positiva e redutora de riscos

Operação envolvendo IG4 e Petrobras pode abrir nova fase para a Braskem, com menor risco e maior previsibilidade, diz InvestSmart XP

A mudança no controle societário da Braskem foi recebida de forma positiva pelo mercado e é avaliada como um fator que reduz incertezas históricas associadas à governança da companhia. A avaliação é de Rafael Bellas, coordenador de Produtos da InvestSmart XP, que destaca que a entrada da gestora IG4 Capital no lugar da Novonor representa um ponto de inflexão relevante na trajetória da petroquímica.

A operação prevê a aquisição, pela IG4, de créditos bilionários detidos por instituições financeiras contra a Novonor, garantidos por ações da Braskem. Como parte da estrutura, as ações ordinárias de controle serão transferidas integralmente para um Fundo de Investimento em Participações assessorado pela gestora. Com isso, a Novonor deixa o bloco de controle e passa a permanecer apenas como acionista minoritária, sem poder de governança.

Segundo Bellas, a nova estrutura tende a ser favorável à companhia ao eliminar um dos principais fatores de incerteza que pressionavam a percepção de risco da ação. A Novonor carregava passivos elevados e sua permanência no controle limitava decisões estratégicas relevantes. Com a saída definitiva do grupo, a Braskem passa a operar em um ambiente considerado mais claro e estável, o que pode facilitar o planejamento e a execução de estratégias de longo prazo.

Na nova configuração, a Petrobras permanece como acionista de referência e passa a dividir o controle com a IG4. De acordo com o especialista, essa composição tende a fortalecer a governança corporativa e aumentar a previsibilidade das decisões, ao reduzir ruídos relacionados à estrutura acionária e à condução estratégica da empresa.

A reação do mercado foi imediata após o anúncio da operação, com as ações da Braskem registrando forte valorização intradiária. O movimento refletiu a leitura de que a transação reduz riscos, melhora a percepção de governança e amplia a probabilidade de um processo de reestruturação operacional mais eficiente.

A conclusão da transação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Após essa etapa, IG4 e Petrobras pretendem implementar um plano estruturado de revitalização e criação de valor, encerrando um ciclo prolongado de incertezas que acompanhava a companhia desde os desdobramentos da crise envolvendo a Novonor.

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