A XP Investimentos e o Itaú BBA revisaram suas estimativas para a Petrobras após a divulgação do plano estratégico 2026–2030, mantendo recomendação de compra ou equivalente para as ações da estatal e reafirmando os respectivos preços-alvo. As revisões consideram mudanças nas premissas de produção, investimentos e geração de caixa, além de ajustes relacionados ao cenário internacional de petróleo.
A XP manteve o preço-alvo de R$ 37 para PETR4 e destacou que o novo plano de negócios enfatiza a busca por resiliência em um ambiente de preços mais baixos do petróleo. A avaliação da casa indica que o documento prioriza a redução do preço de equilíbrio do fluxo de caixa por meio de contenção de despesas operacionais e de uma política de investimentos mais rigorosa. Esses elementos explicam parte da diferença entre a geração de caixa implícita no plano estratégico e as projeções internas da instituição.
Segundo o relatório, a empresa tende a adotar postura mais restritiva caso o Brent permaneça abaixo da referência de US$ 70 por barril adotada no plano. O analista Régis Cardoso afirma que, mesmo com expectativa limitada de valorização de curto prazo, a Petrobras segue oferecendo carrego relevante, sustentado por projeções de dividendos em torno de 11% em 2026 e 12% em 2027. A XP elevou suas estimativas de Ebitda em 5% e 4% para 2026 e 2027, respectivamente, e revisou o capex para cima em 9% nos dois anos. Já o fluxo de caixa ao acionista foi reduzido em 14% para 2026, permanecendo estável para 2027.
O Itaú BBA também manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 43 para PETR4 ao fim de 2026. O banco projeta rendimento de fluxo de caixa livre próximo de 9% e dividend yield de cerca de 10% para o mesmo período. As premissas atualizadas consideram preço médio do Brent de US$ 62,5 por barril em 2026 e US$ 60 em 2027, abaixo das estimativas anteriores. Com isso, o potencial de pagamento de dividendos ordinários em 2026 foi estimado em aproximadamente US$ 7,6 bilhões.
O banco observa ainda que a produção da Petrobras em 2025 superou o guidance inicial em cerca de 100 mil barris por dia e avalia que o volume de 2026 pode alcançar 2,6 milhões de barris por dia, acima da estimativa oficial de 2,5 milhões. O ritmo de execução dos projetos do campo de Búzios indica possibilidade de antecipação de etapas produtivas, o que elevaria a produção em 2026 e 2027 e anteciparia parte do capex previsto.
Caso essas antecipações se confirmem, o Itaú calcula acréscimo potencial de cerca de 24 mil barris por dia à produção de 2026 e 181 mil em 2027, com efeito correspondente no perfil de investimentos. Nessas condições, o rendimento de fluxo de caixa livre para 2027 poderia subir de 8% para 13%. Entre as casas que acompanham o papel, oito recomendam compra e três possuem avaliação neutra, segundo compilação da Reuters.










