O Banco Central elevou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro em 2025 de 2,0% para 2,3%, conforme divulgado no Relatório de Política Monetária do quarto trimestre, publicado nesta quinta-feira. A estimativa ficou próxima à mediana de 2,25% apurada no último relatório Focus, que reúne projeções do mercado financeiro.
A revisão incorpora mudanças relevantes nas estimativas setoriais. Para a agropecuária, a previsão de crescimento foi elevada de 9,0% para 11,0%. No setor industrial, a estimativa passou de 1,0% para 1,6%, enquanto o crescimento do setor de serviços foi ligeiramente ajustado de 1,8% para 1,7%.
Pela ótica da demanda, o Banco Central revisou para baixo a projeção de crescimento do consumo das famílias, de 1,8% para 1,5%, e elevou a do consumo do governo, de 0,5% para 2,0%. A estimativa para a Formação Bruta de Capital Fixo foi ajustada de 3,3% para 3,8%. As importações tiveram projeção elevada de 4,5% para 5,0%, enquanto as exportações passaram de 3,0% para 4,0%.
Segundo a autoridade monetária, a revisão do crescimento do PIB em 2025 reflete uma surpresa levemente positiva no desempenho do terceiro trimestre, a reavaliação das expectativas para o quarto trimestre e ajustes nas séries históricas, com destaque para a agropecuária. O Banco Central destacou que, embora o impacto agregado das revisões tenha sido pequeno para indústria e serviços, houve efeitos relevantes em segmentos específicos. Do lado da demanda, a principal alteração ocorreu na estimativa do consumo do governo.
Para 2026, o Banco Central também elevou a projeção de crescimento do PIB, de 1,5% para 1,6%, resultado ainda inferior à mediana de 1,80% indicada pelo relatório Focus. No período, a estimativa para a agropecuária foi reduzida de 1,0% para 0,5%, enquanto a projeção da indústria aumentou de 1,4% para 1,9% e a do setor de serviços de 1,5% para 1,6%.
Na demanda, as projeções para 2026 indicam leve melhora no consumo das famílias, de 1,4% para 1,5%, e no consumo do governo, de 1,0% para 1,5%. A Formação Bruta de Capital Fixo foi revisada de 0,3% para 1,0%. As importações mantiveram crescimento estimado de 1,0%, enquanto as exportações tiveram previsão reduzida de 2,5% para 2,0%.
De acordo com o Banco Central, o cenário para 2026 continua sendo de crescimento moderado. Entre os fatores considerados estão a manutenção de uma política monetária restritiva, o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, a desaceleração esperada da economia global e a ausência do impulso agropecuário observado em 2025. O relatório também menciona que a dinâmica projetada incorpora os efeitos de medidas recentes com potencial impacto sobre a demanda, como a isenção ou desconto do Imposto de Renda da Pessoa Física para as faixas iniciais de renda.








