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Morgan Stanley aponta fatores que vão influenciar as ações em 2026

Analistas veem impactos setoriais de IA, investimentos e novos hábitos de consumo

Analistas do Morgan Stanley avaliam que os mercados de ações no próximo ano devem ser influenciados menos por fatores macroeconômicos amplos e mais por um conjunto de temas estruturais ainda em aberto. Segundo o banco, debates sobre tecnologia, comércio global, gastos de capital e comportamento do consumidor tendem a ter papel central na formação de preços dos ativos.

De acordo com o relatório, investidores já discutem essas questões, mas elas ainda não estariam plenamente refletidas nas cotações das ações. Um dos pontos centrais envolve a expansão da inteligência artificial para além dos primeiros setores adotantes. Embora o volume de investimentos em IA já seja elevado, os analistas destacam que a próxima etapa será a difusão da tecnologia e a identificação de quais segmentos, de fato, obterão ganhos relevantes de produtividade, em contraste com aqueles que apenas absorverão custos adicionais.

Setores como transporte, varejo, mídia e saúde são citados como áreas em que a IA pode alterar de forma significativa a organização do trabalho e os modelos operacionais. Ainda assim, o banco ressalta que os vencedores dessa transformação podem não coincidir com as expectativas atualmente embutidas no mercado.

Outro tema em análise é o ritmo de construção de data centers e da infraestrutura necessária para sustentar aplicações de IA. Os investidores avaliam se o aumento dos gastos se converterá em retornos consistentes ao longo do tempo ou se fatores como restrições de energia, pressões de preços e demanda desigual podem limitar o potencial de valorização. Para o Morgan Stanley, aspectos como acesso à eletricidade e localização geográfica podem ser tão determinantes quanto a própria tecnologia.

No campo do comércio internacional, os analistas apontam para um ambiente cada vez mais multipolar, que tende a provocar mudanças estruturais na obtenção de minerais críticos e na definição de onde novas capacidades industriais serão instaladas. O banco observa que cadeias globais de suprimentos e decisões de investimento estão sendo moldadas não apenas por custos, mas também por fatores políticos, em um contexto de maior fragmentação econômica.

Esse cenário levanta incertezas sobre a direção dos novos fluxos de capital e sobre quais empresas se beneficiarão de um mundo mais regionalizado. Ao mesmo tempo, com negociações corporativas mais complexas e custos de financiamento ainda elevados, os investidores discutem se haverá aceleração de fusões e reestruturações ou se as companhias manterão uma postura mais cautelosa, priorizando eficiência operacional e fortalecimento de balanços.

Por fim, o relatório destaca o impacto crescente de medicamentos para perda de peso, como os GLP-1s, sobre diferentes setores. Segundo os analistas, a discussão deixou de ser sobre a eficácia desses tratamentos e passou a se concentrar na profundidade das mudanças que podem provocar nos hábitos de consumo e na demanda por produtos e serviços em áreas como alimentos, varejo e saúde.

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