A reestruturação financeira da Azul em curso nos Estados Unidos ganhou um novo capítulo no mercado brasileiro. A companhia solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro de uma oferta pública primária de ações ordinárias e preferenciais destinada à conversão de dívidas financeiras no âmbito do processo de recuperação judicial conduzido sob o Chapter 11.
Segundo o comunicado divulgado ao mercado, a operação prevê a emissão de 723,86 bilhões de ações ordinárias e igual quantidade de ações preferenciais. Os papéis terão preços unitários de R$ 0,00013527, no caso das ordinárias, e R$ 0,01014509 para as preferenciais, resultando em um volume financeiro total estimado em R$ 7,44 bilhões.
A estrutura da oferta foi desenhada em cestas de subscrição. Cada investidor poderá optar pela aquisição de 1 milhão de ações ordinárias ao custo de R$ 135,27 ou, alternativamente, por 10 mil ações preferenciais pelo valor de R$ 101,45. O formato busca viabilizar a capitalização compulsória das obrigações financeiras da companhia por meio da troca de títulos emitidos no exterior por participação acionária.
A distribuição será realizada sob o regime de registro automático na CVM, sem análise prévia do órgão regulador, e terá coordenação da UBS BB Corretora, com garantia firme de liquidação. A Azul informou que a oferta não admite distribuição parcial e será cancelada caso não haja demanda suficiente para absorver a totalidade das ações previstas.
Os acionistas atuais terão direito de prioridade na subscrição, considerando duas datas-base: 19 e 30 de dezembro de 2025. O período para exercício desse direito está programado para ocorrer entre 23 de dezembro de 2025 e 5 de janeiro de 2026.
Conforme o cronograma apresentado, as novas ações devem passar a ser negociadas na B3 a partir de 8 de janeiro de 2026. A liquidação financeira está prevista para o dia 9 do mesmo mês, enquanto o crédito das ações e dos bônus aos investidores deve ocorrer em 12 de janeiro.









