O período de compras de fim de ano, marcado pela circulação do 13º salário e pela intensificação das promoções natalinas, também tem registrado aumento nas tentativas de golpes financeiros contra consumidores. A combinação entre pressa, grande volume de ofertas e crescimento do comércio eletrônico cria um ambiente propício para fraudes digitais, especialmente por meio de links enganosos e páginas falsas.
Segundo especialistas em cibersegurança, criminosos aproveitam a continuidade das campanhas promocionais iniciadas na Black Friday para anunciar produtos com preços muito abaixo da média, geralmente sob o argumento de que se trata de queima de estoque. O objetivo é induzir o consumidor a realizar compras em ambientes fraudulentos, muitas vezes sem perceber que não se trata de um site oficial.
Entre as práticas mais recorrentes está a criação de páginas falsas que reproduzem com alto grau de semelhança o visual de grandes varejistas. Nessas situações, os produtos anunciados não são entregues e, além da perda financeira, há risco de uso indevido de dados pessoais e bancários fornecidos durante a compra. Informações como número do cartão, código de segurança e dados cadastrais podem ser utilizados em transações posteriores ou comercializados em mercados ilegais.
Levantamento da NordVPN aponta que, em outubro, os registros de sites falsos associados à Amazon cresceram 232% em relação a setembro, mantendo tendência de alta nos meses seguintes. Considerando diversas plataformas de comércio eletrônico analisadas, o aumento de páginas fraudulentas chegou a 250%. De acordo com a empresa, 68% dos consumidores no mundo não conseguem identificar corretamente um site de phishing.
Para reduzir os riscos, a Federação Brasileira de Bancos orienta que consumidores evitem clicar em links recebidos por e-mail ou SMS e desconfiem de mensagens que pressionem para pagamentos imediatos sob ameaça de perda da oferta. A entidade também recomenda atenção redobrada a preços muito inferiores à média praticada no mercado.
No caso de compras online, a federação sugere o uso de cartão virtual e, quando o pagamento for feito via Pix, que a transação ocorra exclusivamente dentro do ambiente oficial da loja virtual. Em compras presenciais, a recomendação é que o próprio consumidor passe o cartão na maquininha, confira o valor exibido antes de digitar a senha e mantenha o cuidado para não ter o cartão trocado após a transação.
Caso o consumidor identifique que foi vítima de um golpe, a orientação é bloquear imediatamente o cartão utilizado, comunicar o banco para avaliar a possibilidade de estorno e registrar um boletim de ocorrência. A Febraban ressalta que cada instituição financeira adota critérios próprios para análise de ressarcimento, com base nas evidências apresentadas e nas características da transação, e reforça a importância de notificar rapidamente o banco para adoção de medidas adicionais de segurança.









