A possibilidade de reversão da liquidação do Master, seja pelo Tribunal de Contas da União ou pelo Supremo Tribunal Federal, tem gerado apreensão no setor financeiro. Embora considerada remota, a hipótese é vista como capaz de abalar a confiança no poder institucional do Banco Central, criar incertezas sobre a atuação do Fundo Garantidor de Créditos e não resolver a situação de insolvência da instituição.
Interlocutores do mercado avaliam que, mesmo com eventual reversão, o banco teria grande dificuldade para voltar a se financiar, o que manteria o risco de uma nova quebra em curto prazo. A leitura é de que a insegurança jurídica enfraqueceria a autoridade regulatória e aumentaria a instabilidade no sistema financeiro.
A liquidação extrajudicial do Master foi decretada em 18 de novembro, após meses de análise do Banco Central, que identificou problemas de liquidez e indícios de fraudes na concessão de crédito. O caso é investigado pela Polícia Federal.
Especialistas apontam que, nesse cenário, o banco enfrentaria obstáculos para captar recursos no mercado, tanto via letras financeiras quanto por CDBs, devido à ausência de garantia do FGC e à resistência de investidores e plataformas de distribuição. Uma reversão também poderia estimular disputas por ativos e levantar dúvidas sobre o funcionamento futuro do fundo garantidor.
No limite, o temor é de que a insegurança provoque efeitos colaterais sobre bancos de pequeno e médio porte que dependem da credibilidade do FGC. Apesar disso, o fundo segue operando conforme seu estatuto, sem precedentes claros para um cenário de reversão judicial de uma liquidação desse porte.
A instabilidade jurídica também pode afetar a negociação do Will Bank, em tratativas com o Mubadala, operação que vinha avançando com o apoio da Mastercard. Avaliações no mercado indicam que o aumento das incertezas tende a dificultar uma solução de mercado considerada relevante para o sistema financeiro e para os reguladores. (Com informações do Valor Econômico)










