O ano de 2025 marcou uma retomada relevante do desempenho das ações de menor capitalização no mercado brasileiro. Levantamento da Elos Ayta mostra que as 10 small caps com melhor performance até meados de dezembro registraram valorizações superiores a 100%, com destaque para casos em que os ganhos ultrapassaram 200% no acumulado do ano.
Entre os maiores avanços mapeados pela consultoria estão os papéis da Cogna, da Recrusul e da Movida, que lideraram o ranking das small caps em 2025. As três ações registraram valorização superior a 200% no período analisado, refletindo uma combinação de reprecificação, melhora de fundamentos específicos e maior apetite por risco.
Para Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, o desempenho positivo do segmento reflete uma mudança de percepção dos investidores em relação às small caps após anos mais desafiadores. Segundo ele, em diversos momentos do ano, essas ações apresentaram desempenho superior ao do Ibovespa, ainda que com elevada dispersão entre os papéis.
De acordo com o analista, o movimento foi impulsionado por fatores como a reprecificação de ativos negociados a múltiplos descontados, a expectativa de melhora do ciclo econômico doméstico e um ambiente de maior tolerância ao risco. Ainda assim, Chinchila ressalta que o desempenho não foi homogêneo e que a seleção de ações teve papel central nos resultados obtidos ao longo do ano.
Entre os principais vetores que influenciaram o comportamento das small caps em 2025, o analista destaca a expectativa de queda dos juros ao longo de 2026, cenário que tende a favorecer empresas mais sensíveis ao custo de capital e com maior alavancagem operacional. Ele também aponta o fluxo de investidores para ativos de maior risco, diante de valuations considerados ainda atrativos no mercado brasileiro.
Além disso, fatores idiossincráticos tiveram peso relevante. Resultados corporativos, eventos específicos e mudanças operacionais impactaram de forma significativa o desempenho de diversas companhias, efeito amplificado pela menor liquidez e pela cobertura mais restrita do segmento. A volatilidade macroeconômica e política também esteve presente ao longo do ano, gerando oscilações pontuais, mas sem impedir a melhora agregada do desempenho das small caps.
Na avaliação de Adriana Ricci, fundadora da SHS Investimentos, o segmento viveu em 2025 um movimento de recuperação após anos de desempenho fraco. Segundo ela, o principal índice de referência das small caps, o SMAL11, acumulou valorização próxima de 28% até novembro, superando o Ibovespa em determinados períodos.

Apesar da alta expressiva, Ricci observa que o segmento ainda negocia com desconto em relação às médias históricas, o que, em sua visão, pode indicar espaço para continuidade do movimento caso o cenário econômico e corporativo evolua de forma favorável.
O estudo da Elos Ayta também identificou forte assimetria entre vencedores e perdedores no universo de small caps ao longo de 2025. Para Régis Chinchila, esse comportamento reforça que o investimento nesse segmento pode fazer sentido, desde que alinhado ao perfil do investidor e a um horizonte de médio e longo prazo.
Segundo o analista, as small caps oferecem potencial de retorno acima da média, contribuem para diversificação da carteira e funcionam como complemento às ações de maior capitalização, permitindo a exposição a diferentes ciclos de negócios. Ele acrescenta que parte do mercado vê o segmento como uma das classes com maior potencial de valorização em 2026, especialmente se houver recuperação consistente dos lucros e continuidade da trajetória de queda dos juros.
Por outro lado, Chinchila ressalta que empresas de menor porte tendem a apresentar maior volatilidade diante de choques de mercado, mudanças no cenário macroeconômico e notícias específicas. A menor liquidez também é um fator de risco, podendo ampliar spreads e dificultar a entrada ou saída rápida de posições mais relevantes.
Com informações do Moneytimes










