O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou variação negativa de 0,01% em dezembro, encerrando o ano com queda acumulada de 1,05%, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas. O resultado contrariou a expectativa mediana de avanço de 0,15% apontada em pesquisa da Reuters.
O desempenho do índice ao longo do ano marcou uma reversão em relação a 2024, quando o IGP-M acumulou alta de 6,54%. Segundo análise divulgada pelo FGV Ibre, a deflação observada em 12 meses refletiu a desaceleração da atividade econômica global e o elevado nível de incerteza, fatores que limitaram o repasse de aumentos de custos. A melhora das safras agrícolas também contribuiu para reduzir os preços das matérias-primas.
De acordo com o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, apesar da queda do índice geral no acumulado do ano, os preços ao consumidor apresentaram alta moderada. As pressões ficaram concentradas principalmente nos grupos de serviços e habitação, mas, ao longo do período, esses movimentos convergiram para o intervalo de tolerância da meta de inflação.
Em dezembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do IGP-M e que mede a variação dos preços no atacado, registrou queda de 0,12%, após alta de 0,27% em novembro. No acumulado do ano, o IPA apresentou recuo de 3,35%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no cálculo do IGP-M, avançou 0,24% em dezembro, ligeiramente abaixo da variação de 0,25% registrada no mês anterior. No acumulado de 12 meses, o IPC apresentou alta de 4,08%. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,21% no último mês do ano, encerrando o período com alta acumulada de 6,10%.
O IGP-M acompanha a evolução dos preços ao produtor, ao consumidor e na construção civil no intervalo compreendido entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. No cenário de política monetária, o Banco Central do Brasil adota meta de inflação de 3%, medida pelo IPCA, índice oficial de preços ao consumidor. A taxa básica de juros está em 15%, maior patamar em quase duas décadas, enquanto a expectativa do mercado aponta para possíveis cortes da Selic a partir de 2026.










