A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou nesta segunda-feira, 29, a retirada dos ratings de crédito de longo e curto prazo do Banco de Brasília, a pedido da própria instituição financeira. As notas atribuídas ao banco eram B- no longo prazo e B no curto prazo e estavam em observação com implicações negativas, o que indicava possibilidade de rebaixamento.
Em comunicado, a S&P informou que suas classificações refletiam margens apertadas, baixa rentabilidade, capital restrito e fragilidades relacionadas à governança e à gestão de riscos do BRB. A agência destacou, em especial, investigações em andamento sobre suposta fraude envolvendo empréstimos adquiridos do Banco Master. Segundo a S&P, ainda não está claro como essas apurações irão evoluir nem quais poderão ser os efeitos sobre a reputação, a liquidez e o perfil de risco financeiro do banco.
As investigações mencionadas estão associadas a apurações que indicam que o Banco Master, sob a gestão de Daniel Vorcaro, teria vendido ao BRB carteiras de crédito consideradas falsas, no valor de R$ 12,2 bilhões. De acordo com as informações apuradas, essas operações teriam sido utilizadas para encobrir um rombo contábil.
A decisão da S&P ocorre após movimentos semelhantes de outras agências de classificação de risco. No início de dezembro, a Moody’s retirou todos os ratings do BRB poucos dias depois de rebaixar a nota da instituição, citando fragilidades na capitalização e baixa rentabilidade. Já a Fitch Ratings rebaixou os ratings do banco de B- para CCC e manteve as notas em observação negativa, apontando deficiências nas práticas de supervisão e gestão de riscos.
Em nota, o BRB afirmou que a retirada do rating global pela S&P não altera sua classificação na escala nacional, que permanece válida. O banco informou ainda que a decisão decorre do encerramento do contrato com a agência e que não há, no momento, planos de captação de recursos no mercado internacional.









