O dólar registrou em 2025 um dos piores desempenhos da última década, com queda acumulada de 10,29% frente ao real até o penúltimo pregão do ano, o recuo mais intenso desde 2016. O movimento não se limitou ao Brasil e incluiu desvalorização da moeda americana frente a divisas de economias desenvolvidas e emergentes, refletindo mudanças no cenário global.
No exterior, o enfraquecimento do dólar esteve associado à condução mais gradual da política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e às decisões do Federal Reserve. A adoção tardia de tarifas e a demora nos cortes de juros aumentaram as incertezas, levando investidores a reduzir posições na moeda americana, segundo análises de mercado.
A primeira redução de juros pelo Fed ocorreu apenas em setembro, e a taxa encerrou o ano entre 3,50% e 3,75%, o menor nível desde 2022, diminuindo a atratividade dos ativos dos EUA. Juros mais baixos favoreceram a migração de recursos para mercados emergentes, ampliando a pressão de baixa sobre o dólar no mercado internacional.
No Brasil, a valorização do real foi sustentada por juros elevados, melhora nas projeções fiscais e pela atuação do Banco Central sob a presidência de Gabriel Galípolo, que manteve foco na meta de inflação. Para 2026, analistas avaliam que o câmbio seguirá sensível aos juros americanos, ao fim do mandato de Jerome Powell e, no cenário doméstico, às incertezas fiscais e eleitorais.
Ainda no Brasil, a aproximação do ano eleitoral deve aumentar a influência do cenário político sobre as decisões dos investidores, com maior sensibilidade aos sinais relacionados à política fiscal. A expectativa em torno do compromisso do próximo governo com o controle da dívida pública, o cumprimento das metas fiscais e a sustentabilidade das contas públicas tende a pesar na formação de preços dos ativos, especialmente no câmbio e nos juros, elevando a volatilidade ao longo do período.










