A divulgação dos balanços do segundo trimestre de 2025 (2T25) começa no fim de julho, com o Mercado Livre (MELI34) sendo um dos primeiros a apresentar seus números, no dia 31. Segundo a XP Investimentos, a empresa deve reportar um resultado misto, combinando forte crescimento de receita com margens pressionadas por investimentos estratégicos.
As analistas Danniela Eiger e Laryssa Sumer destacam que o volume bruto de mercadorias (GMV) consolidado deve registrar alta de 21% em relação ao mesmo período de 2024, com desempenho sólido nos mercados da Argentina, Brasil e México. No Brasil, o GMV mostra leve aceleração no crescimento anual composto (CAGR) de dois anos, impulsionado por uma campanha de frete grátis com custo fixo de R$ 19, especialmente sustentada pelo aumento no número de itens vendidos.
Contudo, essa estratégia deve impactar negativamente a rentabilidade no curto prazo. A XP projeta queda de 0,4 ponto percentual na taxa de take rate (percentual da receita capturada pela plataforma) no Brasil, reflexo da renúncia parcial à receita de frete.
No segmento de publicidade, o relatório aponta crescimento expressivo, com esse braço do negócio representando 2,5% do GMV no trimestre, o que deve contribuir para um avanço de 28% nas vendas líquidas em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Já a unidade financeira Mercado Pago deve manter a trajetória de expansão. A expectativa é que a carteira total de empréstimos aumente 77% na base anual e 12% em relação ao trimestre anterior, refletindo a contínua aceleração no portfólio de cartões de crédito.
Por outro lado, os custos operacionais tendem a pressionar a lucratividade. A margem bruta deve recuar 1,80 ponto percentual devido a investimentos em logística e ao custo de financiamento, enquanto a margem Ebit (lucro antes de juros e impostos) pode encolher 1,90 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2024. A XP observa que essa retração está acima do esperado por 60% dos analistas ouvidos pela própria casa, que previam uma pressão inferior a 1,5 ponto.
Apesar dos desafios, a XP projeta um lucro líquido de US$ 606 milhões no trimestre, crescimento de 14% na comparação anual, sustentado pela expansão das operações e pela diversificação das fontes de receita.
