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BCE mantém juros na zona do euro e adota tom cauteloso diante de incertezas comerciais

BCE mantém juros na zona do euro em 2% e adota tom cauteloso diante de incertezas comerciais com os EUA e valorização do euro

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juros da zona do euro nos atuais 2% (depósito) e 2,15% (refinanciamento), conforme amplamente esperado pelo mercado. A decisão ocorre após um ciclo de cortes iniciado no ano passado, impulsionado pela desaceleração da inflação e pelo baixo ritmo de atividade econômica do bloco.

Diferente de reuniões anteriores, o comunicado desta quinta-feira trouxe um tom mais prudente, refletindo o cenário de incertezas externas e internas. As negociações comerciais em andamento com os Estados Unidos foram apontadas como um dos principais fatores de imprevisibilidade, com potenciais efeitos na trajetória futura da inflação europeia. Além disso, a valorização recente do euro frente ao dólar e os aumentos de gastos fiscais aprovados por alguns países para reforço do setor de defesa adicionam complexidade ao cenário econômico.

Para Mônica Araújo, economista-chefe da InvestSmart XP, a postura do BCE é um sinal de atenção redobrada do comitê. “A decisão reflete a cautela do banco central diante de um ambiente externo volátil e de pressões internas, como os gastos em defesa e a valorização cambial. O BCE prefere manter flexibilidade para responder a mudanças rápidas no cenário macroeconômico”, analisa.

Sem dar sinais claros sobre os próximos passos, a autoridade monetária europeia reforça que as futuras decisões dependerão da evolução dos indicadores de inflação, da atividade econômica e do desfecho das negociações comerciais com os EUA. O tom mais neutro indica que o BCE seguirá avaliando com prudência o impacto das variáveis globais antes de retomar o ciclo de cortes ou adotar nova postura de política monetária.

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