A BDR do Inter (INBR32) disparou mais de 12% nesta quarta-feira (6), sendo negociada a R$ 40,55, após a divulgação de um lucro recorde de R$ 315 milhões no segundo trimestre — alta de 50% em relação ao ano anterior. O retorno sobre o patrimônio (ROE) subiu para 13,9%, crescimento de 4,1 pontos percentuais. Os números reforçam o avanço do banco rumo às metas ambiciosas para os próximos anos.
Os resultados motivaram o BTG Pactual a elevar sua recomendação para compra, com preço-alvo de R$ 45. Mesmo com lucro ligeiramente abaixo das expectativas (4% inferior à estimativa do BTG), a receita líquida surpreendeu positivamente, com alta de 8% no trimestre e mais de 30% em 12 meses. O banco destacou o aumento de provisões de crédito, atribuído ao foco em carteiras mais rentáveis, crescimento do consignado privado e antecipação de inadimplência em um cenário macroeconômico mais desafiador.
Ainda assim, os indicadores de crédito seguem saudáveis. Os empréstimos, excluindo PMEs, cresceram 28% no trimestre, enquanto os depósitos transacionais avançaram 4%, e o funding total subiu 30% no acumulado do ano.
Para o BTG, o plano “60-30-30” — 60 milhões de clientes, 30% de ROE e 30% de eficiência até 2027 — é mais uma referência estratégica do que uma meta rígida. A expectativa é de crescimento de carteira entre 25% e 30%, avanço gradual da margem financeira e controle do custo de risco, com espaço para alta no lucro por ação (LPA) em 2026, especialmente se o consignado privado for bem-sucedido.
Segundo os analistas, a ação segue negociando a múltiplos atraentes, com assimetria favorável. O Inter entregou a aceleração de lucros projetada para 2024 e, ao que tudo indica, está no caminho para crescer outros 50% em 2025, o que reforça a confiança na tese de valorização do papel.