O dólar fechou em alta nesta terça-feira (19), acompanhando o aumento da aversão ao risco no Brasil e no exterior. A moeda americana subiu 1,22% e encerrou cotada a R$ 5,5009, voltando ao patamar do início de agosto. No mesmo horário, o DXY, índice que mede a força do dólar frente a seis moedas globais, avançava 0,12%, aos 98.282 pontos.
O movimento foi influenciado pela crescente tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos e pelo aumento da percepção de insegurança jurídica no país. Ontem (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, determinou que leis e decisões estrangeiras não podem afetar cidadãos, empresas ou bens no Brasil. A medida atendeu a pedido do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e também limita possíveis efeitos de sanções internacionais, como as impostas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes.
Segundo analistas, a decisão trouxe dúvidas sobre a aplicação de normas estrangeiras no país e elevou a percepção de risco, levando investidores a buscar proteção no câmbio. No exterior, os mercados acompanharam as tratativas para um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, mediado pelos Estados Unidos, e aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira (22), que pode trazer sinais sobre os rumos da política de juros americana.
