A Vale (VALE3) teve sua nota de crédito global elevada nesta terça-feira (16) pela agência S&P Global Ratings, que revisou o rating da mineradora de “BBB- (estável)” para “BBB (estável)”. A decisão reflete a percepção de que a companhia avançou de forma consistente na gestão de riscos e na governança, além de manter uma estrutura financeira robusta mesmo em um ambiente de preços desafiadores para minério de ferro e níquel.
De acordo com a S&P, a Vale encerrou em agosto a remoção de sua última barragem classificada em nível de risco de emergência 3, passo considerado fundamental para reduzir vulnerabilidades históricas. Esse processo, aliado a melhorias em supervisão e controles internos, levou a agência a revisar a avaliação de administração e governança da mineradora de negativa para neutra.
A análise ressalta que a companhia conseguiu preservar alavancagem baixa e liquidez elevada, mesmo diante de preços mais fracos das commodities. Além disso, os planos de investimento e remuneração aos acionistas passaram a ser ajustados de acordo com as condições de mercado, o que, segundo a S&P, reforça a resiliência financeira do grupo.
Na prática, a agência projeta que a Vale manterá a relação entre dívida e Ebitda abaixo de duas vezes, patamar considerado seguro para empresas do setor. A “perspectiva estável” do rating indica que a S&P acredita que a companhia seguirá com disciplina financeira, podendo adaptar dividendos, capex e recompras de ações caso o mercado se deteriore.
Ainda assim, a S&P alerta que um eventual rebaixamento não está descartado. Isso poderia ocorrer caso preços mais fracos, investimentos elevados, maiores passivos judiciais ou pagamentos adicionais a acionistas elevassem a alavancagem para perto de três vezes o Ebitda e reduzissem a geração de caixa interna para menos de 40%.
Além da Vale S.A., a agência reafirmou a nota “BBB-” da Vale Canada, subsidiária considerada estratégica dentro do grupo e alinhada com a avaliação da Vale Base Metals.
