O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (17) cortar os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 4% e 4,25%. Foi o primeiro corte do ano, em meio a sinais de desaceleração da economia americana, especialmente no mercado de trabalho, e sob pressão política do presidente Donald Trump.
A decisão foi aprovada por 11 votos a 1 no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). O único voto contrário foi de Stephen Miran, recém-nomeado por Trump, que defendia um corte maior, de 0,50 ponto. O movimento ocorre após semanas de críticas de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, e em meio a tentativas da Casa Branca de interferir na composição da instituição.
Em comunicado, o Fed reiterou o compromisso com o duplo mandato de buscar pleno emprego e inflação de 2% no longo prazo, mas alertou para os riscos elevados no cenário econômico. O órgão destacou que o crescimento perdeu força, os ganhos de emprego diminuíram e a taxa de desemprego subiu levemente, ainda que permaneça baixa.
As projeções do comitê indicam mais dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim do ano, possivelmente nas reuniões de outubro e dezembro. A expectativa é que os juros terminem 2025 entre 3,5% e 3,75%, com reduções graduais nos anos seguintes até atingir 3% no longo prazo.
O Fed também revisou suas estimativas para inflação e crescimento. O índice de preços de gastos com consumo (PCE) deve encerrar 2026 em 2,6%, acima da previsão anterior, enquanto a economia deve crescer mais do que o esperado, entre 1,6% e 1,9% ao ano entre 2025 e 2027. A taxa de desemprego deve ficar em torno de 4,3% a 4,5% no mesmo período.
