A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária confirmou um tom mais restritivo na condução da política monetária e não abriu espaço explícito para um corte da taxa básica de juros na reunião de janeiro de 2026. O documento reforça a avaliação de que a estratégia de manutenção dos juros em nível elevado por um período prolongado é considerada adequada pelo colegiado.
De acordo com Sara Paixão, analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, a ata consolida o sinal dado no comunicado ao final da reunião e reduz as expectativas de flexibilização no início do próximo ano. Segundo ela, o texto indica que o comitê realizou um balanço das decisões tomadas ao longo do ano e optou por reafirmar a necessidade de cautela diante do cenário ainda desafiador.
No ambiente externo, o Copom avaliou que houve melhora em relação aos meses anteriores, atribuída principalmente ao encerramento do shutdown e ao avanço nas negociações comerciais. Ainda assim, o comitê ressaltou que o cenário internacional segue incerto, o que exige atenção adicional na formulação da política monetária doméstica.
Em relação ao cenário interno, a ata destacou a melhora das expectativas de inflação e sinais de moderação da atividade econômica. Apesar disso, o documento enfatizou que a inflação no horizonte relevante permanece acima da meta estabelecida e que o mercado de trabalho continua pressionado, fatores que limitam a possibilidade de um afrouxamento monetário no curto prazo.
Na avaliação de Paixão, ao reafirmar a estratégia de manutenção dos juros por um período prolongado, o Copom reduz de forma significativa a probabilidade de um corte já na primeira reunião de 2026. Ela observa que essa leitura pode se refletir em uma abertura da curva de juros, uma vez que parte do mercado ainda projetava alguma sinalização de flexibilização no início do próximo ano.








