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FIIs lideram negociações e impõem nova lógica ao mercado imobiliário, mostra estudo

Veículos listados concentram a maior parte das aquisições de imóveis e ganham espaço mesmo em um cenário de juros elevados, segundo dados da CBRE

O mercado imobiliário brasileiro passa por uma mudança relevante no perfil dos compradores, com os fundos imobiliários assumindo protagonismo nas grandes transações. Em 2025, os FIIs concentraram cerca de 73% do volume total negociado, segundo a CBRE, consolidando uma tendência já observada em 2024, quando esses veículos responderam por aproximadamente 80% das vendas.

Até novembro, o volume financeiro movimentado no setor somou R$ 27,6 bilhões, superando tanto a média anual de R$ 7,3 bilhões registrada entre 2005 e 2008 quanto os R$ 23,2 bilhões observados, em média, entre 2019 e 2024. O avanço ocorre mesmo em um ambiente de juros elevados e reflete a maior participação de veículos listados em detrimento de empresas imobiliárias, investidores estrangeiros e ocupantes finais.

No segmento logístico, a absorção segue concentrada em poucos estados. Desde 2020, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Espírito Santo respondem por cerca de 78% da absorção bruta nacional, com taxa média anual equivalente a 16% do estoque, impulsionada principalmente por e-commerce, varejo e operadores logísticos.

A oferta controlada de novos galpões e a demanda aquecida levaram a vacância nacional a níveis historicamente baixos, abaixo de 8%, com avanço das pré-locações, especialmente nos principais eixos de São Paulo. Movimento semelhante ocorre no mercado de escritórios, onde a vacância vem recuando desde 2021, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, sustentada por menor entrega de novos empreendimentos e conversões de uso.

Outro vetor de crescimento é o mercado de data centers. O Brasil lidera a América Latina, concentrando cerca de 67% da capacidade instalada regional, com forte presença em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Fortaleza. A expansão da digitalização e da inteligência artificial tende a reforçar a atratividade do país, apoiada por escala, infraestrutura e demanda crescente por energia e conectividade.

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