Impactos da Web3 para profissionais da economia criativa

A economia criativa tende a ser desenvolvida principalmente pelos que desejam empreender, em áreas relacionadas à criação, como a moda, o audiovisual, o design, e pelos que atuam na produção cultural

Por Luiz Octávio Gonçalves Neto*

A sociedade anseia por inovação e conta com isso para suprir as necessidades de desenvolvimento profissional e sobrevivência. É esse o motor propulsor da economia criativa, economia essa, que alia a criatividade à cultura digital para produção de conteúdos. 

A economia criativa tende a ser desenvolvida principalmente pelos que desejam empreender, em áreas relacionadas à criação, como a moda, o audiovisual, o design, e pelos que atuam na produção cultural. Fato é que a dimensão tecnológica oferecida pela Web3 e o uso de tecnologias, como a realidade virtual e a inteligência artificial, fazem com que o fator humano ganhe ainda mais solidez nos processos. 

São dois os conceitos complementares, quando se fala em economia criativa: o valor econômico gerado por processos que envolvem a produção e distribuição de bens e o valor criativo que está relacionado aos pensamentos inovadores, às experiências emocionais e ao imaginário das pessoas. 

Um estudo do Observatório Nacional da Indústria (ONI) — núcleo da inteligência e análise de dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) — mostra que a economia criativa deve empregar 8,4 milhões de pessoas no Brasil até 2030. Além disso, espera-se que um a cada quatro novos empregos criados nos próximos anos seja em setores e ocupações da economia criativa, de acordo com o ONI. No emprego criativo, o crescimento será de 13,5% até 2030, comparado a 4,2% nos demais setores. 

Mas para chegar lá, garantindo a transformação digital na economia criativa, o Brasil precisa garantir alguns avanços tecnológicos, que foram mapeados pelos estudos Creative Economy Outlook 2022/UNCTAD, 2022​, Creative Disruption: The impact of emerging technologies on the creative economy. WEF. 2018 ​e Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. Firjan. 2022

É preciso melhorar a infraestrutura para aumentar a digitalização, ampliar o acesso à internet, impulsionar a internacionalização das pequenas e médias empresas, ter regras claras sobre propriedade intelectual no ambiente digital e, especialmente, melhorar as habilidades de pesquisa de mercado, marketing, design de sites, logística, pagamentos online e atendimento ao cliente. 

Considerando que a maioria dos envolvidos na economia criativa são profissionais autônomos — especialmente os criadores de conteúdo —, é importante lembrar que as soluções da Web3 podem ajudá-los a acessar com maior facilidade produtos financeiros (carta de crédito, empréstimos e financiamentos, por exemplo) e a suprir algumas de suas necessidades financeiras por meio das carteiras digitais e moedas descentralizadas. 

Em resumo, a Web3 está democratizando o acesso às soluções financeiras para profissionais da economia criativa, um impacto positivo na realidade de criadores e influenciadores digitais. Independentemente do tamanho do canal, desde micro influenciadores até grandes nomes, a Web3 está revolucionando esses negócios. 

Ao contrário dos bancos tradicionais, a Web3 oferece uma estrutura financeira mais inclusiva para criadores de conteúdo. Anteriormente, os trabalhadores informais da economia criativa enfrentavam obstáculos no acesso a serviços essenciais, como a antecipação de recebíveis. Com a Web3, surge um novo cenário de possibilidades financeiras acessíveis a esse público, promovendo um impulso significativo na independência financeira e na expansão do setor criativo.

Fundador e CEO da DUX, startup de Web3