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Os caixas eletrônicos de Bitcoin continuam a se expandir globalmente, com um aumento de 6% em 2024, demonstrando o crescente interesse pelas criptomoedas. Essas máquinas, semelhantes aos caixas eletrônicos convencionais, permitem que usuários comprem e vendam criptomoedas, como o Bitcoin, utilizando dinheiro ou cartões bancários. Algumas também possibilitam a conversão de criptomoedas em dinheiro, embora com taxas geralmente mais altas para vendas.
O primeiro caixa eletrônico de Bitcoin foi instalado em Vancouver, no Canadá, em 2013, marcando um momento decisivo na popularização das criptomoedas. Desde então, o número dessas máquinas cresceu rapidamente, superando 37.500 em mais de 70 países até o final de 2024. De acordo com dados do Coin ATM Radar citados pela pesquisa da Finbold, o ano foi particularmente positivo, com um aumento significativo no número de máquinas, mesmo após uma queda em meados de 2023.
Os Estados Unidos dominam o mercado global, concentrando mais de 81% dos caixas eletrônicos de Bitcoin. Em janeiro de 2025, havia mais de 31.500 máquinas no país, um aumento de mais de 1.000 em relação ao início de 2024. A Europa, embora com menor participação, apresentou um crescimento constante, com 116 novas máquinas instaladas em 2024, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é notável, considerando o "inverno das criptomoedas" enfrentado por outras regiões.
A instalação de caixas eletrônicos foi mais intensa no primeiro semestre de 2024, com 1.942 novas máquinas, uma média de 485 por mês entre janeiro e abril. Contudo, o ritmo desacelerou no segundo semestre, mesmo com o Bitcoin alcançando novas máximas históricas em novembro, quando o preço se aproximou de US$ 100.000. Durante esse período, apenas 34 máquinas foram adicionadas mensalmente.
Regulamentações e desafios legais
As regulamentações para caixas eletrônicos de Bitcoin variam conforme o país. Nos Estados Unidos, essas máquinas são regulamentadas pela Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN) e exigem que os operadores sigam regras rigorosas de prevenção à lavagem de dinheiro (AML) e identificação de clientes (KYC). Além disso, leis estaduais e locais influenciam o funcionamento das máquinas, incluindo requisitos de licenciamento e proteção ao consumidor.
No Reino Unido, a Financial Conduct Authority intensificou sua supervisão em 2024, levando à primeira condenação por operação ilegal de caixas eletrônicos de criptomoedas no país. Da mesma forma, na Alemanha, autoridades confiscaram 13 máquinas e apreenderam quase US$ 28 milhões em uma operação contra operadores sem licença.
Golpes e preocupações com segurança
Embora os caixas eletrônicos de Bitcoin sejam amplamente administrados por empresas legítimas, os reguladores alertam sobre seu potencial uso para fraudes e lavagem de dinheiro. Segundo a Federal Trade Commission (FTC), as perdas relatadas por golpes envolvendo essas máquinas aumentaram quase dez vezes desde 2020, ultrapassando US$ 110 milhões em 2023. No primeiro semestre de 2024, as perdas chegaram a US$ 65 milhões, com idosos sendo os mais afetados. Pessoas com mais de 60 anos tinham três vezes mais probabilidade de cair em golpes relacionados a caixas eletrônicos de Bitcoin, e a perda média registrada foi de US$ 10.000.
Os golpes mais comuns incluem falsas representações de autoridades governamentais, empresas e suporte técnico. Apesar dos desafios, o mercado de caixas eletrônicos de Bitcoin segue em expansão, adaptando-se às mudanças regulatórias e reforçando medidas de segurança para lidar com esses problemas.