Banco Central anuncia novo leilão de dólares para esta segunda-feira
O primeiro certame, programado para ocorrer entre 10h20 e 10h25, ofertará até US$ 1 bilhão, enquanto o segundo, marcado entre 10h40 e 10h45, também disponibilizará até US$ 1 bilhão

O Banco Central anunciou que realizará, na próxima segunda-feira, 20 de janeiro, dois leilões de linha, operação em que há venda de dólares com compromisso de recompra, totalizando até US$ 2 bilhões. O primeiro certame, programado para ocorrer entre 10h20 e 10h25, ofertará até US$ 1 bilhão, enquanto o segundo, marcado entre 10h40 e 10h45, também disponibilizará até US$ 1 bilhão.

Embora esse tipo de leilão não afete diretamente a cotação do câmbio, ele influencia o cupom cambial de curto prazo. A operação será a primeira intervenção cambial sob a gestão do novo diretor de política monetária do BC, Nilton David, e do presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo. Além disso, a movimentação ocorre em um dia de baixa liquidez nos mercados globais devido ao feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, que manterá as bolsas americanas fechadas, o que pode gerar uma demanda pontual por dólares. Tradicionalmente, o Banco Central realiza esse tipo de intervenção na reta final do ano, em função do aumento sazonal da demanda por moeda estrangeira para remessas de lucros e dividendos por empresas.

A decisão da autoridade monetária surpreendeu alguns agentes do mercado, uma vez que o cupom cambial de curto prazo tem operado em patamares mais baixos do que os observados em dezembro. O FRA de cupom cambial para vencimento em março, que no mês passado ultrapassou 6%, tem oscilado entre 5,7% e 5,8% nas últimas semanas. Nesta sexta-feira, o FRA de março subiu 0,52%, encerrando o dia cotado a 5,78%.

Fontes do mercado financeiro consultadas pelo Valor, sob condição de anonimato, demonstraram surpresa com o anúncio do leilão, incluindo operadores de bancos e gestoras de recursos. No entanto, um operador de câmbio de uma grande gestora local pondera que o fluxo cambial iniciou o ano em trajetória negativa, o que poderia justificar a intervenção. Dados diários do Banco Central apontam para uma saída líquida de US$ 4,6 bilhões até 10 de janeiro. Historicamente, janeiro costuma registrar saldo positivo no câmbio contratado, sendo 2020 a única exceção na última década, quando o fluxo cambial ficou negativo no primeiro mês do ano.

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